Outro dia, numa renomada coluna política, li estarrecido a declaração de que seriam inexplicáveis as razões que impulsionavam José Sarney a ocupar, pela quarta vez, a presidência do Senado Federal. Não interpretei a declaração como uma confissão de ignorância de quem a escrevera, mas como uma manifestação de despeito, própria de quem digere com dificuldade, a vitória de um adversário político.Obviamente, não posso obrigar ninguém a gostar de fulano ou beltrano, mas posso explicar, sem dificuldade, as razões que levarão hoje o presidente José Sarney a ser reeleito para um novo mandato na presidência da Casa:Por sua experiência e capacidade de articulação, é o mais indicado dos senadores para hoje ocupar o cargo;Por seu temperamento e lhanura de trato, mantém-se sempre acessível a todos os colegas, tratando-os com igual respeito e consideração;Pelo empenho em fazer avançar seu ambicioso projeto de reforma e modernização administrativa da Casa, hoje em fase conclusiva de exame na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ);Por sua decisão de conduzir, ainda em 2011, a tão esperada Reforma Política;Pela disposição permanente de defender o espaço que cabe ao Congresso Nacional na estrutura política brasileira, não aceitando alianças incondicionais com os detentores do poder;Por sua previsibilidade, importante tanto para aliados como opositores, que sabem de antemão que nas negociações e outros episódios da vida política prevalecerão sempre os princípios democráticos e republicanos; pelo respeito que dedica às liberdades, em particular à da imprensa.
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