quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A Idade não tem limites


Morro de dar risadas quando leio ou ouço jornalistas renomados vituperando contra o presidente JOSÉ SARNEY por conta não apenas de sua idade, mas por sua longevidade no poder. Mas, qual a razão de meu gargalhar? É que esses coleguinhas mal-humorados e tendenciosos esquecem de olhar para nossa própria profissão, antes de emitirem seus comentários preconceituosos aos veteranos. Primeiro, vejo meu próprio caso. Se Sarney tem mais de 50 anos de vida política, eu tenho mais de 50 anos de vida jornalística. E exemplos de jornalistas longevos, ativos e competentes não são poucos: Roberto Marinho, o criador do império Globo, comandou suas empresas quase até os 90 anos. Adolpho Bloch foi outro, liderando seu grupo editorial e de televisão também até quase os 90 anos. O criador da rede Bandeirantes, João Saad, manteve-se na direção da empresa até os 80 anos. Sílvio Santos, comandante do grupo SBT também já ultrapassou a barreira dos oitenta, assim como o editor do Estadão, Ruy Mesquita, que continua brilhante aos 85 e nosso saudoso Octávio Frias, o criador do grupo Folha, que manteve sua ativa participação na empresa até além dos 90 anos. E o nosso sempre combativo Hélio Fernandes? Noventinha! Mino Carta, este continua firmíssimo, quase chegando aos 80 anos. Se sairmos do universo dos grandes dirigentes de empresas jornalísticas e entrarmos no mundo das redações, registramos que muitos dos mais brilhantes profissionais que ainda labutam também não são propriamente meninos. Com 50 ou mais anos de batalha temos muita gente de primeiríssima, como Alberto Dines, Paulo Henrique Amorim, Robert Appy, Joelmir Betting, Boris Casoy, Alexandre Garcia, Carlos Chagas, Villas-Boas Corrêa e Zuenir Ventura, entre outros. E com mais de 40 anos de profissão? Nomes de profissionais extraordinários, como Clovis Rossi, Ricardo Boechat, Carlos Alberto Sardenberg, Ricardo Kotscho, entre muitos outros e outras. Os jornalistas mais jovens devem pensar duas vezes antes de apontar a idade, a experiência como um defeito. Não devem também se irritar com o sucesso de quem quer que seja.

Gilberto Amaral

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