quinta-feira, 5 de maio de 2011

O Senado expressa a unidade nacional, diz Sarney, nos 185 anos da Casa

Em um discurso empolgado, quando se definiu profundo admirador do Senado Federal, o presidente José Sarney apontou hoje, em Plenário, o conceito de federação, de unidade e de integridade nacional como aquilo que realmente precisa ser compreendido quanto ao papel do Senado. Papel este que, na atualidade, é unicamente desempenhado pela instituição: "Nós só temos o Senado como expressão da integridade nacional (...) Porque aqui, somos todos iguais – três representantes de cada estado. Não há diferenças. (...) No resto, o país é absolutamente dividido, absolutamente polarizado". Destacou também considerar a Casa como a que, sem dúvida, mais contribuiu para a formação das instituições brasileiras.Sarney, que fez questão de falar da tribuna nesta tarde como senador – e não como presidente – na sessão comemorativa de aniversário de 185 anos do Senado Federal, lembrou que o centro-sul tem a hegemonia política, econômica, de recursos humanos. "O único ponto de coesão é o Senado Federal, no qual todos somos representantes iguais de cada um dos estados (...) Aqui, nós defendemos o menor estado que seja. Aqui o senador defende uma lei na qual seu estado não pode ser prejudicado; isto assegura a unidade nacional. E é isso que nós somos. É isso que nós devemos saber. É isso que nós devemos compreender."Depois de contar que, como estudioso se dedicara, em vários períodos de sua vida, à apreciação dos anais do passado e do presente da Casa, o presidente percorreu a história do século XII aos dias de hoje. Falou do surgimento da democracia representativa, da história da criação civil da nação brasileira, até relatar as constituições que organizaram várias nações do mundo, incluindo o Brasil: "Vou fazer um parênteses. Ninguém sabia aqui o que era o Constituinte, a Constituição. Lembremos do Brasil de 1823. Os convocados, deputados, os constituintes, vinham a cavalo, amarravam seus cavalos ali na porta onde se reuniam, no Conde dos Arcos, que depois foi a sede do Senado. E eram homens que não tinham instrução". Foi a Constituição de 1824 – a de vida mais longa no país – que não só organizou o país, como criou as condições para a convocação das eleições para a Câmara e Senado. Em 1826, instala-se o Senado, rememorou:"E o Senado, desde essa data, funciona — embora fechado algumas vezes durante a República — como uma Casa extremamente importante para a construção do Brasil. Basta dizer que todos os 32 gabinetes do Império foram presididos por senadores, por 23 senadores, pois alguns chefiaram mais de um gabinete (...) E se falarmos hoje nesta Casa, temos três ex-presidentes da República, temos mais de 20 ex-governadores, ministros de Estado, e esta Casa continua a ter o prestígio que ela tem nacionalmente. O Senado passou por dificuldades. Foi dissolvido, fechado, várias vezes. Por Deodoro da Fonseca. Pela Revolução de 30 e Getúlio Vargas. Pelo regime militar. Mas a tudo resistiu e resiste."Ao reiteirar sua profunda admiração pelo Senado e seu papel, José Sarney desejou que cada brasileiro pudesse estudar a história, o que iria demonstrar o trabalho da instituição pelo Brasil, ao longo dos anos – da solução para a assinatura da Lei Áurea, à criação da política externa brasileira. "Aqui, dentro do Senado, nós discutimos e resolvemos os maiores problemas do Brasil." Citou o historiador e parlamentar brasileiro, Afonso Arinos, que brincava, ao dizer: "O Senado foi uma criação de Deus, porque rezaram e, no dia seguinte, os constituintes voltaram com a idéia do Senado".Sarney lembrou que o Senado brasileiro é, hoje, o segundo em idade no mundo, só superado pelo dos Estados Unidos, que foi modelo para a criação nacional: "Tenho uma profunda admiração por esta Casa. Todos nós devemos ter." Finalizou saudando os 185 anos e a " felicidade" de presidir a Casa nesta ocasião, para dizer ao senadores:" Todos nós, somados, somos menores do que a Instituição Senado".



Secretaria de Imprensa da Presidência do Senado

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