Na data em que se comemora o Dia Internacional das Parteiras, 05 de maio, acontecem eventos que lembram as parteiras em várias cidades do Brasil e do Mundo. Uma das Marchas acontece em Brasília, com parteiras vindas de todo o país. Dezesseis parteiras tradicionais viajam do Amapá para participar da Marcha na Capital Federal. Segundo as organizadoras, “o objetivo é chamar a atenção das autoridades públicas e da sociedade para a integração da profissional parteira (tradicional e diplomada) na assistência básica à saúde materno-infantil, contribuindo para a redução da mortalidade materna e neonatal, da violência obstétrica e das vergonhosas taxas de cesarianas brasileiras”.
Projeto de Lei – O projeto apresentado pela deputada federal eleita pelo Amapá Janete Capiberibe (PSB) torna lei o reconhecimento do saber das parteiras tradicionais, incluindo-as no sistema público de saúde e permitindo a remuneração pelo trabalho que prestam. O projeto da deputada socialista provocou o debate sobre a situação das cerca de 60 mil parteiras brasileiras dentro do Congresso Nacional, tendo motivado diversas audiências. “Vou retornar ao mandato para o qual fui eleita e retomar essa mobilização dentro do Congresso. Os debates que promovemos resultaram em avanços e mais apoiadores da causa na Câmara, no Senado, no Governo Federal, nas universidades e na sociedade. As soluções para a saúde pública brasileira precisam incorporar o saber tradicional das parteiras. Essa experiência deu origem aos manuais acadêmicos e não pode ser esquecida. Precisa ser respeitada e valorizada”, defende a autora do projeto.
Parteiras no Amapá – O Governo do Estado do Amapá instituiu uma política pública de reconhecimento, capacitação e remuneração das parteiras tradicionais entre os anos de 1995 e 2002. O Projeto Parteiras Tradicionais do Amapá identificou cerca de 1,3 mil parteiras, ofereceu cursos, kits-parteira e remuneração mensal de meio salário mínimo. Apareceu no cenário mundial ao realizar o Encontro Internacional das Parteiras Tradicionais e ao ser premiado pela UNESCO, em 1998. Em 2008, a parteira amapaense Jovelina Costa dos Santos, conhecida como Jovita, recebeu das mãos do presidente da Câmara dos Deputados Arlindo Chinaglia o diploma Mulher-Cidadã Carlota Pereira de Queiroz. A premiação é concedida pela Câmara dos Deputados em homenagem às mulheres que se destacam na vida pública por suas ações. Indicada para o Prêmio pela deputada Janete, Jovita representou as parteiras do Amapá.
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