quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Senado comemora os 33 anos da comunidade católica Canção Nova


O Senado homenageou, nesta terça-feira (27), a comunidade católica Canção Nova por seus 33 anos de fundação, completados no dia 2 de fevereiro deste ano. A comunidade surgiu em Queluz (SP) e, em seguida, foi transferida para Cachoeira Paulista (SP). O que começou com um pequeno sítio e quatro casas é hoje uma ampla sede que presta serviços educativos, culturais, sociais e humanitários. A eficácia de sua rede de comunicação permite à Canção Nova ampliar o alcance de seu trabalho beneficente de auxílio e amparo a jovens do Brasil e do exterior. O autor do requerimento para realização da homenagem foi o senador Antônio Carlos Valadares (PSB-ES), que recebeu o apoio de outros parlamentares. 
- Trata-se de trabalho de profundo alcance social que envolve, hoje, milhares de pessoas no Brasil e no exterior e que, sem descurar do seu sentido religioso, o transcende largamente. Dá conteúdo e concretude à expressão bem comum, que tão fielmente resume os propósitos e os ideais da doutrina cristã de amor ao próximo. - salientou o parlamentar. 
Composta por sacerdotes e leigos celibatários e casados, a comunidade dissemina a fé principalmente por meio da comunicação social, com uma rede de rádio e televisão com o mesmo nome. São seis geradoras, 517 retransmissoras de TV, com público estimado em 50 milhões de pessoas, 28 emissoras de rádio e uma editora própria. 

Atuação diversificada 

Entre as atividades realizadas pela Canção Nova, Valadares destacou o Instituto Canção Nova, de ensino infantil ao ensino médio; a Casa do Bom Samaritano, serviço de reintegração social e profissional de migrantes e pessoas de baixa renda, com atendimento a 50 mil pessoas; o Posto Médico Padre Pio, de assistência médica e odontológica; o Projeto Geração Nova, para adolescentes de 12 a 18 anos, com oficinas e projetos de formação; e o Centro de Evangelização Dom Hipólito de Moraes, que realiza encontros periódicos com a presença de até 570 mil pessoas, com serviços de apoio e alimentação. O senador chamou a atenção para a relevância da entidade, cuja comunidade expandiu seu trabalho de evangelização a países como Portugal, Itália, Israel, Estados Unidos e França e, no continente sul-americano, Paraguai, México, Honduras e Nicarágua, estando presente também em países da África e da Ásia. 

Reconhecimento do Papa 

O senador Gim Argello (PTB-DF), na presidência dos trabalhos, mencionou a obtenção pela comunidade de reconhecimento do Papa, recebendo a denominação de associação privada internacional de fiéis. Também citou seu fundador, monsenhor Jonas Abib, o qual, reunido a 12 jovens da cidade de Queluz, convocou-os a evangelizar por meio da comunicação via rádio, TV e internet. O parlamentar disse que obras assim chegam aonde o Estado ainda não consegue, "modificando realidades, plantando a fé e a esperança e promovendo uma verdadeira transformação social". Ele enfatizou o trabalho de "consolidação da família" realizado pela instituição. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) lembrou o "chamado inspirador" do então bispo de Lorena, dom Antônio Afonso de Miranda, ao monsenhor Jonas Abib, em 1976, dizendo que era hora de evangelizar, "porque os batizados não são evangelizados". O bispo sugeriu que Abib deveria começar o trabalho com os jovens. A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) disse que o reconhecimento dos estatutos da entidade por parte do Vaticano significa que a Santa Sé considera a Canção Nova "apta e capaz de trilhar o caminho da fé e da devoção no Brasil e no mundo". 
O senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) disse que a homenagem se justifica pela presença católica na formação histórica do Brasil e por conta da expansão e dos frutos da Comunidade Canção Nova. Para Rollemberg, a comunidade veio dar uma resposta ao individualismo do mundo moderno. 

'Novos púlpitos' 

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou que poucas instituições contemporâneas da Igreja conseguiram disseminar "com tanta naturalidade" a vocação da evangelização. 
- A comunidade inaugurou o que poderíamos chamar de novos púlpitos, através dos modernos meios de comunicação, absolutamente fundamentais para a divulgação da verdade entre nós. 
O senador Valdir Raupp (PMDB-RO) destacou o objetivo do trabalho da Canção Nova, voltado para a comunidade e a ação coletiva. Para ele, a programação é útil às famílias, já que hoje as crianças passariam mais tempo em frente à televisão que na escola. 
- A televisão, portanto, projeta nosso futuro. Na Canção Nova, o conhecimento e a descoberta de novas tecnologias de informação são utilizados em função do coletivo, sem as apropriações indébitas de um individuo que, cada vez mais, segrega e exclui. 
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse que a Canção Nova é muito mais que um título reverenciado há mais de 30 anos. É uma nova proposta de comunicação e de fraternidade entre os homens e traz no próprio título a mensagem da boa nova. Ele lamentou o fato de, hoje em dia, dar mais audiência a má notícia, veiculada como se fosse uma novela em capítulos. 
- O mundo não pode continuar convivendo com mais de um bilhão de famintos, escolhendo o canhão no lugar do pão. Há que se ter um novo paradigma para a humanidade - afirmou o senador, manifestando a sua convicção de que "a boa notícia também tem efeito multiplicador". 

Direitos básicos 

Já a senadora Marinor Brito (PSOL-PA), ao homenagear a instituição, destacou o trabalho do Instituto Canção Nova na valorização de crianças e adolescentes, com um projeto pedagógico que integra as famílias no processo de aprendizagem. Dessa forma, disse a senadora, garante às crianças seus direitos básicos de cidadania, para que elas não constem de estatísticas oficiais de violência no futuro. 
Também o senador Wilson Santiago (PMDB-PB) cumprimentou a comunidade por sua obra de "tantos bons exemplos". O parlamentar afirmou que a Canção Nova tem apontado "um caminho promissor" para a construção de um país mais justo e a formação de uma consciência digna diante dos desafios do mundo. 
O senador Cícero Lucena (PSDB-PB) agradeceu o trabalho de evangelização feito pela TV Canção Nova. Ele também saudou todas as pessoas que fazem a emissora, especialmente o padre Bruno e o frei Josué. 
Por sua vez, Flexa Ribeiro (PSDB-PA) disse que reconhece o trabalho de evangelização e social desenvolvido pela Canção Nova, trabalho que os governos não conseguem realizar em toda sua extensão. 
- As igrejas, sejam elas de qualquer denominação, vão ao coração das pessoas, se internalizam no ambiente familiar e procuram buscar a cura para os males e não para o efeito, ou seja, vão às causas. É isso o que a Canção Nova faz, unindo a evangelização com a ação social - afirmou. 
O trabalho feito pela Canção Nova, segundo Magno Malta (PR-ES), previne problemas como o uso do álcool e das drogas, importante papel dos canais religiosos. 
O senador Jayme Campos (DEM-MT) afirmou que a Canção Nova é "uma obra feita pela mão de Deus, para a qual só os colaboradores não seriam suficientes". Lembrou o falecido senador Jonas Pinheiro, que o levou a Cachoeira Paulista para conhecer o trabalho de evangelização e o trabalho social desenvolvido pelo monsenhor Jonas Abib e chorou ao lembrar ter sido o monsenhor quem o confortou quando perdeu o filho de 27 anos, "um dos momentos mais difíceis" de sua vida. 

Placa de homenagem 

O deputado federal Gabriel Chalita (PMDB-SP) entregou uma placa em homenagem aos 33 anos da emissora, dirigida ao seu fundador, também em nome do deputado federal Eros Biondini (PTB-MG) e do senador Gim Argello (PTB-DF). Os dois deputados apresentam programas na TV Canção Nova. 
Em nome da Comunidade Canção Nova, o cofundador da entidade, Wellington "Eto" Silva Jardim, agradeceu a homenagem prestada pelo Senado. Para ele, esse tributo dos senadores ao sistema de comunicação é o reconhecimento da importância e da capacidade da instituição. Ele é também presidente da Fundação João Paulo II, entidade mantenedora do Sistema Canção Nova de Comunicação. 
Eto informou que atualmente a instituição tem 517 retransmissoras de seu canal de TV e um sinal de satélite que permite a transmissão do sinal televisivo em praticamente todo o planeta. Ele também destacou a satisfação dos participantes da comunidade por trabalharem com a recuperação de jovens dependentes químicos. 

Simbolismo 

O presidente do Senado, José Sarney, encerrou a sessão agradecendo a presença de Wellington Silva Jardim; da cofundadora da comunidade e vice-presidente da Associação Privada Internacional de Fiéis, Luzia Santiago; dos deputados federais Gabriel Chalita e Eros Biondini; do vigário-geral da Arquidiocese de Brasília, padre George Tajra; do embaixador do Equador, Horacio Sevilla-Borja; e do padre Geraldo Martins Dias, que representou o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Dom Raymundo Damasceno. 
Sarney salientou o simbolismo dos 33 anos da Canção Nova, "justamente o número de anos que Deus determinou que seu filho passasse entre os homens". O senador citou a simplicidade dos ensinamentos de Cristo. 
- Amai-vos uns aos outros e perdoai os vossos inimigos. Numa casa de políticos, esse último mandamento de Deus, de Jesus, é certamente difícil de cumprir, mas eu, como cristão, procuro cumpri-lo - disse o presidente do Senado. 

Cristina Vidigal / Agência Senado

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