"Como nos salvar da tragédia"
31 de dezembro de 2013, o último dia do ano, uma
data fatídica para o Amapá. Os leigos perguntariam se isso é prenúncio do fim
do mundo, de novo? Não, não é o fim do mundo, mas o fim de uma era para o Amapá
e o prenúncio de um desastre sem precedentes na nossa história. Para quem não
sabe essa é data em que expira a vigência da área de Livre Comércio de Macapá e
Santana. Data em que acabam os benefícios fiscais que tornam mais baratos todos
os produtos vendidos no comércio, por conta da isenção dos tributos federais e
dos créditos do ICMS dos estados de origem. Quem imagina que a Área de
Livre e Comércio é só um mecanismo que permite a importação de produtos estrangeiros
está redondamente enganado. Todos os produtos nacionais, importados de outros
estados, também tem isenção de impostos. Isso quer dizer que chegam mais
baratos aqui do que em qualquer outro lugar do país onde não existem esses
incentivos fiscais. E nossos governantes não sabiam que a Área de Livre
Comercio se encerraria no final deste ano? Por que não tomaram providencias
para evitar que isso acontecesse? Isso é compreensível, a partir do instante em
que somos regidos pelos princípios legais da Zona Franca de Manaus que teve
prorrogado o seu prazo de vigência. Ora, se estamos sob a égide das regras da
ZFM, por extensão, seriamos beneficiados com a decisão que contemplou Manaus.
Ocorre que o entendimento de juristas é diferente e aí acendeu a luz vermelha,
especialmente dos empresários que passaram a viver a expectativa do
desdobramento desastroso disso tudo. Mas, o pai da matéria, o senador José
Sarney (PMDB-AP), o homem que criou a ALCMS, descobriu a tempo e agiu rápido.
Essa semana ele tomou a iniciativa de propor um projeto de lei no Senado
Federal que atrela a ALCMS à Zona Franca de Manaus, inclusive com o beneficio
da prorrogação de vigência. O próprio senador Sarney, ao me conceder entrevista
na última sexta feira, 1, disse que teve certa facilidade para criar a Área de
Livre Comércio no inicio da década de 90 e que pouca gente deu importância e a
grande maioria não imaginava os benefícios que traria ao nosso estado. Aliás,
ele chegou a ser criticado por políticos que lhe faziam oposição, à época. Mas
uma coisa é certa: hoje todos, absolutamente todos, se curvam para reconhecer
que a ALCMS foi a grande responsável pelo desenvolvimento do Amapá nesses 20
anos. A sociedade amapaense - empresários, políticos, imprensa, organizações
não-governamentais, instituições de toda ordem e povo - vão precisar se unir
nessa luta árdua pela aprovação do projeto de Sarney. Vamos precisar de muitos
argumentos e apoios de alguns estados para enfrentar a reação do Centro-Sul que
sempre se manifestou contra a Zona Franca de Manaus e a Área de Livre Comercio
de Macapá e Santana. Essa será uma luta que só a vitória nos interessa, sob
pena de termos que viver a maior tragédia da nossa história com conseqüências
inimagináveis e a certeza de um retrocesso sem precedentes. Só com a aprovação
da lei proposta pelo senador José Sarney será possível nos salvar do pior.
Olimpio
Guarany é
jornalista, economista, publicitário e professor universitário
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