quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

A racionalidade isolada de Sarney na discussão do Plano Nacional de Educação


Assisti parte da sessão do Congresso de ontem discutindo o Plano Nacional de Educação (PNE), o documento que norteará a educação brasileira pelos próximos dez anos.

Valeu pela intervenção do senador José Sarney, o único a olhar para frente com perspectiva de futuro. O senador eleito pela educação, Cristovam Buarque, limitou-se a dizer que em vez de plano decenal, deveria ser plano para 20 anos. E porque não para 30, 40, 50 anos? E para que chutar a gol se a plateia gosta de embaixadas retóricas no meio campo?

O discurso de Sarney foi na seguinte direção

  1. O PNE limitou-se a ser uma colcha de retalhos de um conjunto de metas e de frases de boa intenção.
  2. Preocupa-se em definir fontes de receita mas nada diz sobre o aprimoramento dos gasto
  3. Limita-se a repetir, com atraso, a trajetória que outros países seguiram décadas atrás, sem apresentar nada de novo

Um dos grandes desafios das nações emergentes é o de, valendo-se dos novos tempos e das novas tecnologias, cortar caminho, correr em busca do tempo perdido

A educação é uma das áreas que mais contribuição têm recebido das inovações tecnológicas. Educação à distância, novos métodos pedagógicos, inclusive valendo-se da pedagogia dos games, uso de tablets, há um universo estrondoso para ser explorado

Lembro de artigo que publiquei tempos atrás, de um trabalho de 1974, de Wanderley Guilherme dos Santos, apontando o universo de possibilidades aberto pela informática.

Nada disso foi contemplado nas 20 metas do PNE. Sarney conseguiu emplacar a 21a., uma genérica "busca da inovação".

Todas as 20 metas deveriam ter por linha de aprimoramento a busca incessante da inovação, em vez de metas retóricas de reduzir a idade máxima para a alfabetização.

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