A presidenta Dilma Rousseff tomou café da manhã, nesta quarta-feira (18), com os jornalistas que fazem a cobertura do Palácio do Planalto. No encontro, Dilma conversou sobre economia, educação, saúde e os programas de transferência de renda, que retiraram, nos últimos anos, 22 milhões de brasileiros da pobreza extrema. Confira os principais trechos.
Combate à pobreza
Mas não posso deixar de dizer que tenho orgulho da
gente ter sido capaz de focar a política de superação da pobreza. (…) Acho que
temos sido capazes de, em dois anos e meio, tirar 22 milhões de brasileiros da
pobreza é um orgulho para mim. Porque demonstra maturidade e domínio do
instrumento público de política. Pudemos fazer isso porque viemos do patamar de
evolução de dez anos. (…) Para mim foi um orgulho grande, quando chegar que vê
um ponto de maturação, fazer uma política que transforma.
Leilão de Libra
O leilão foi um sucesso porque juntou empresas
fortíssimas. Primeiro juntou a Shell, que, com a Petrobras, são as responsáveis
pelas melhores tecnologias de exploração de petróleo em águas profundas. A
Total também, e duas das maiores petroleiras do mundo, que são as chinesas CNPC
e CNOOC, que controlam os fluxos comercias de compra e venda de petróleo. (…)
Implica em um fato de que 85%, se contar Petrobras junto, ficamos com 85% do
óleo produzido no Brasil.
Confiança na economia
O Banco Central deu novos números de investimento
estrangeiro direto no Brasil. Até novembro, foram US$ 57,5 bilhões. Vamos
fechar o ano naquela hierarquia de investimentos. Primeiro, Estados Unidos,
depois China, depois Brasil. US$ 57,5 bilhões é algo significativo, e ninguém
bota isso onde acha que a situação não rende. Acho que há uma tendência de
muita gente, e temo por ela, de olhar sempre o copo meio vazio. Essa tendência
ela é complicada, porque uma parte da economia é expectativa. Cada vez que você
instiga desconfiança, instiga discussão sem muito sentido, cria clima ruim.
Mais Médicos
Considero importante o Mais Médicos. Se vai levar
oito anos para gente formar médico no país. Temos de tomar providência e
aumentar o número de médicos e interiorizar a formação. Agora. A população não
pode esperar. Sabemos que a distribuição era desigual na periferia, no
interior, no Norte e no Nordeste. Faltava médico fisicamente. Pode ter o posto,
estou tratando da atenção básica, que resolve 80% dos problemas de saúde. O
médico pode atender onde? Na casa da pessoa. No espaço do atendimento da
atenção básica é o mais simplificado. Depois tem a UPA [Unidade de Pronto
Atendimento] e o hospital. Tomamos uma medida, que é formatar uma política
focada que leva esse médico, com um atendimento humanizado.
Igualdade de oportunidades
Gosto do Viver sem Limites, da Casa das Mulheres e
de todos os programas de cotas para os negros, porque esse país viveu a
escravidão durante muitos anos. E, quando aboliu, manteve a hierarquia da
sociedade escravista, que era o racismo. E o racismo se perpetuou numa
estrutura. Tanto que tiramos 40 milhões da pobreza e pode saber que uma parte
significativa dessas pessoas é negra. Então, ter uma política de cotas é a
forma pela qual se faz a política afirmativa. Sou a favor nas universidades e
no serviço público. É imprescindível num país que mais de 50% dos brasileiros
se declararam afrodescendentes. Têm que ser contemplados com políticas
especificas. Ocorre no Prouni, no Fies, em todas as politicas de valorização.
Luz para todos
Disse que íamos universalizar o Luz para Todos, e
vamos. Estamos na fase de universalização, estamos na fase mais difícil,
tendendo a 0. Por fim, fica o que é mais difícil de fazer. E isso pode levar
três anos para conseguir. Por que onde está o que falta? No meio da floresta
amazônica. Ou em lugares de difícil acesso. (…) Achávamos que tínhamos 10
milhões de pessoas, em torno de 2 milhões de ligações, descobrimos que tinha 12
milhões, depois era 15 milhões. E, hoje, falta 270 mil. Aí vai me perguntar se
cumpriu a meta? Cumpri. Estamos agora no 15 milhões e um pouquinho. Não ter 15
milhões sem luz faz toda diferença do mundo. É um outro país.
Logística
Nós estamos conseguindo fazer as concessões que
prometemos. Tivemos seis concessões ao longo do governo de aeroportos. (…)
Fizemos as cinco rodovias viáveis, porque tem rodovia que não é viável porque o
local não é compatível com a renda, exige preço de retorno que não bate com o
que é possível. E vamos fazer, o tribunal aprovou a primeira concessão de
ferrovias. É importante fazer a primeira porque, dessa forma, jamais fizemos
licitação de ferrovia. O Brasil, um país desse tamanho, não tem ferrovia nesse
momento. (…) Aí teremos de fato modais, porque, sem trilho, num país dessa
dimensão, podem ter certeza, isso é uma questão tão grave quanto você não
conservar suas rodovias. (…) Queria dizer sobre os portos, uma das coisas mais
importantes foi em termos de reforma regulatória. Para terem uma ideia, a
quantidade de terminais de uso privado liberados vai ser muito significativa
como investimento. (…) Tudo isso vai representar uma melhoria significativa na
logística portuária.
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