O senador explicou os motivos
que o fizeram abandonar sua pré-candidatura à Presidência e anunciou
indiretamente que o seu partido, o PSOL, aceitou a oferta do governador Camilo
Capiberibe para juntar-se à campanha pela sua reeleição.
Em
carta aberta distribuída nesta sexta-feira, 27, pela Assessoria de Comunicação
do PSOL-AP, o senador Randolfe Rodrigues capitulou de suas pretensões ao
Governo do Estado e assumiu, nas entrelinhas, que vai mesmo apoiar a
candidatura à reeleição de Camilo Capiberibe (PSB). “Sou senador e vou cumprir
meu mandato”, desculpou-se o parlamentar. "Considero que a posição que meu
partido vier a assumir na corrida estadual será a mais sábia possível no
momento, na medida em que reconheça que é preciso unir forças (...), mesmo
sabendo das necessidades de estabelecer críticas a setores com quem
dialogaremos", disse, numa referência velada ao atual Governo do Estado. Na
carta, Randolfe admite que atendeu a uma demanda de seu partido ao permitir que
seu nome fosse apresentado na pré-campanha presidencial, mas que declinou da
oficialização da candidatura por compreender que a etapa aberta em 2010 ainda
não havia se fechado. Para alguns críticos do PSOL, na verdade, o senador
desistiu da corrida presidencial porque sua candidatura nunca decolou
nacionalmente, conforme pesquisa do Ibope. E justificou sua abdicação também da
candidatura ao Governo, alegando que sua jornada cívica exige tempo, além de
maior presença dele nos municípios. Rodrigues anunciou que pretende juntar
forças em um mutirão de trabalho, em Brasília, supostamente voltado à criação
de bases de um novo modelo de desenvolvimento econômico autossustentado, que
garanta trabalho e renda para o Amapá. Mas não disse como isso deve acontecer,
uma vez que o seu partido faz oposição sistemática ao Governo Federal,
juntamente com o PSB do governador Camilo. "Não sou candidato a governador
pela mesma razão que não sou candidato a presidente. Porque a etapa que
persiste é de cumprir meu primeiro mandato como senador e colaborar na
reconstrução de Macapá, principal metrópole, e onde concentram-se os principais
problemas do nosso estado", frisou, numa crítica direta à administração do
prefeito Clécio Luís que ele próprio ajudou a eleger pelo PSOL.
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