“O Amapá vai perder uma referência no mundo”, diz Jurandil

A desistência de José Sarney da tentativa de reeleição mexeu sobremaneira no tabuleiro político amapaense com vistas às eleições gerais de 5 de outubro. No mais inexpressivo partido político e nos mais vigorosos o efeito Sarney se faz sentir, inclusive com o condão de poder influir no resultado do pleito, diferente do que seria no caso se o senador concorresse. No ver do ex-deputado federal Jurandil Juarez, que também é economista e analista político, a saída de Sarney poderia, por exemplo, levar o hoje mais cotado pré candidato ao governo do Amapá, Waldez Góes, a tentar a Câmara Alta. Jurandil disse que nas hostes do PSB o desalinho é total, porque o partido dos capiberistas se planejou para enfrentar Sarney para o Senado, e agora, após já ter realizado a sua convenção, sábado passado, tem o impacto da notícia de que o principal concorrente estará fora do páreo eleitoral. O analista vê que no caso de Waldez Góes não se lançar ao Senado, o candidato natural do PMDB à Câmara Alta é o presidente estadual do PMDB, Gilvam Borges. A vice governadora Dora Nascimento (PT), pensa Jurandil, também poderá ter garantida a sua candidatura ao Senado, se vingar a aliança PMDB-PDT-PT, e houver acordo com Gilvam. Nas hostes do PTdoB, do pré candidato ao Palácio do Setentrião, Bruno Mineiro, que junto com os partidos aliados tinham como certo o apoio a José Sarney para o Senado, a ex-deputada Francisca Favacho poderá ser lançada à Senatoria. O economista Jurandil Juarez lamentou a saída do senador José Sarney, invocando o prestígio nacional e internacional do político que dá visibilidade ao Amapá. “José Sarney é uma referência, e quando ele deixar o parlamento, o Amapá perderá, e muito, por não mais poder contar com um nome de peso e respeitabilidade no Congresso Nacional”. Jurandil lembrou que o Porto de Santana, as três hidrelétricas ora em construção no Amapá, a Área de Livre Comércio de Macapá e Santana, Zona Franca Verde, extensão do Linhão de Tucuruí ao estado, as escolas técnicas em funcionamento, entre muitas outras realizações de grande porte, são obras que apenas José Sarney poderia ter conseguido.

Diário do Amapá