quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Presidente do Cameroun quer incrementar relações com Brasil

"Temos muito orgulho das nossas raízes africanas. Muitas das nossas capacidades de miscigenar e de conviver com as diversas religiões vem dessa origem. A África sempre foi importante para a formação de nossa identidade brasileira"

José Sarney

Com estas palavras o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), recebeu o presidente da República do Cameroun, Paul Biya, que se encontra em visita oficial ao Brasil. Sarney ressaltou ainda a amizade que une os povos dos dois países e o gosto comum pela música, pela dança e pelo futebol. Para o presidente Sarney, a posição estratégica do Cameroun no continente africano é uma oportunidade para as relações comerciais com outros países. "O Cameroun é uma porta de entrada para a África", frisou. Sarney ressaltou também o processo de descolonização atual que aquele país enfrenta. "Sabemos das dificuldades que surgem no caminho para a independência de um país. Também aqui no Brasil passamos por um processo similar", disse o presidente do Senado. Durante o encontro realizado no Salão Nobre do Senado, Sarney disse ao presidente Biya que foi com "grande lucidez" que Lula, em 2005, em visita à capital camerounesa, Iaundé, reabriu a embaixada brasileira naquele país, que esteve fechada durante seis anos. Naquela oportunidade, foram assinados quatro acordos e dois protocolos de intenções, nos campos da agricultura, educação e esportes. Em agosto do mesmo ano, Brasil e Cameroun realizaram a II Reunião da Comissão Mista, em Brasília. A terceira edição do encontro foi realizada em fevereiro deste ano, novamente em Brasília, quando foram assinados dois acordos bilaterais, um sobre a instituição de Mecanismo de Consultas Políticas Bilaterais regulares entre as duas chancelarias e outro firmando o Memorando de Entendimento sobre Cooperação Esportiva. Vários projetos de cooperação técnica entre os dois países já foram executados nos campos de produção de algodão e combate à malária. Desde a reabertura da embaixada brasileira em Cameroun, as exportações brasileiras para aquele país aumentaram consideravelmente. Em 2002, foram de 13,7 milhões de dólares e em 2009 já alcançaram 106 milhões.


No primeiro semestre deste ano, atingiu 40 milhões de dólares. Por outro lado, as importações brasileiras do Cameroun que, em 2002, foram de 600 mil dólares, alcançaram 99 milhões no ano passado. Neste ano, devido, sobretudo, às crescentes compras de petróleo, já atingiram no primeiro semestre 62 milhões de dólares. Sarney, durante a conversa com o presidente Biya, se referiu ainda à cooperação que a Embrapa oferece ao Cameroun para o cultivo do cacau. Especialistas da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira estiveram naquele país para treinamento de técnicos da Sociedade Camerounesa de Desenvolvimento do Cacau por especialistas da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira. "Nosso desejo é que os acordos de cooperação possam representar mais um fator de união entre o Brasil e o Cameroun", disse o presidente do Senado. Paul Biya, por sua vez, agradeceu as palavras fraternas do presidente Sarney, e ressaltou a figura do presidente Lula e a hospitalidade do povo brasileiro. "O calor da acolhida, a cordialidade de todos e a culinária que tenho aqui experimentado me fazem lembrar da minha terra", afirmou. O presidente Biya disse ainda que conta com a colaboração do Brasil para superar graves problemas de seu país, como a pobreza e a segurança pública. O presidente camarounês acrescentou que há ainda um outro setor que o Brasil pode ajudar o seu país. "Queremos um técnico de futebol para treinar a nossa seleção e fazermos bonito na próxima Copa do Mundo aqui no Brasil", disse sorrindo.

Secretaria de Imprensa da Presidência do Senado


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Acompanhe

Clique para ampliar