terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Ao se apresentar como candidato, Randolfe Rodrigues defendeu transparência e ética no Senado

Em pronunciamento para defender sua candidatura à presidência do Senado, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) afirmou que seu programa enfatiza a crítica e a fiscalização. Ele defendeu a independência da instituição, transparência quanto à aplicação dos recursos públicos e ética na administração da Casa.
Em referência ao escritor português José Saramago - para quem a palavra "não" é a mais importante - Randolfe Rodrigues disse que vai dizer não à injustiça e à desigualdade.
Ele também afirmou que não vai concordar com os desvios administrativos e ressaltou que o Senado não deve aceitar o patrimonialismo, em que não há separação clara entre os recursos públicos e os negócios particulares.
- Minha candidatura é uma forma de dizer não à prática de jogar os graves problemas éticos do Senado para debaixo do tapete. Defendo a revisão de todos os contratos e profunda auditoria nas contas da Casa. E principalmente total transparência de seus gastos e ações - disse Randolfe.
Ao apontar a importância da independência da Casa, o senador criticou a edição de medidas provisórias pelo Executivo. Ele lembrou que a Constituição estabelece separação entre os poderes e reforçou que Senado não deve aceitar MPs que não cumpram realmente requisitos de urgência e relevância.
- O Senado da República não é um apêndice de interesses de nenhum dos outros poderes. Isso desfiguraria o nosso princípio constitucional de separação. Afirmo a todos e a todas que o exercício pleno da independência do Senado é o mínimo que a Nação espera de cada um e de todos nós - disse Randolfe Rodrigues.
Para ele, o principal papel do Senado não é "mendigar" a liberação de emendas parlamentares, mas o de fiscalizar a aplicação do Orçamento da União. Ele defendeu ainda a aprovação de um orçamento impositivo.
- Não cabe a esta Casa fechar os olhos diante da desfiguração cotidiana da peça orçamentária anual, seja por contingenciamentos, seja por falta de fiscalização da aplicação dos recursos - disse o senador.

Propostas

Uma agenda de trabalho que inclua a discussão da reforma política foi uma das propostas apresentadas pelo candidato à presidência da Casa. Ele disse querer debater, especialmente, o financiamento público de campanhas e o aumento dos mecanismos de participação direta da população, com ampliação do uso de referendos e plebiscitos. A revogação dos mandatos pela população também foi defendida pelo senador.
Ele ainda propôs a fixação de critérios para a remuneração dos parlamentares e da alta hierarquia dos outros poderes; melhoria dos critérios de escolha e funcionamento das empresas prestadoras de serviços.
- Aqueles que imaginarem da candidatura e das ideias que aqui apresentamos um arroubo juvenil ou loucura eu trago a lembrança do "cavaleiro andante" da política brasileira, Teotônio Vilela, que de igual forma aqui nesta Casa foi chamado de louco manso - disse Randolfe Rodrigues, ao afirmar o compromisso de se empenhar na recuperação da imagem do Senado.
Ao final da votação, em que foi confirmada a eleição de José Sarney para um novo mandato na presidência do Senado, Randolfe usou da palavra para reafirmar seu compromisso com o programa apresentado na defesa de sua candidatura. Ele parabenizou Sarney pela reeleição e disse querer debater com os senadores assuntos que são de interesse do Brasil.

Iara Farias Borges / Agência Senado

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