A bancada do PSOL protocolou, na tarde desta quinta-feira (7), representação no Conselho de Ética do Senado para apurar possível quebra de decoro por parte do ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento (PR-AM). Como Nascimento é senador, eleito em 2006, ele volta automaticamente a ocupar uma cadeira no Senado, para completar o mandato até janeiro de 2015.
Denúncias
A representação cita reportagem da revista Veja, com a denúncia de suposta cobrança de propina pelo PR, partido de Alfredo Nascimento, em troca de sucesso em licitações do Ministério dos Transportes. De acordo com a representação, a matéria compromete "diretamente" o ex-ministro ao dizer que "os pagamentos ao PR são feitos a um emissário de Valdemar (Costa Neto, deputado) e Alfredo Nascimento".
O documento também se refere à reportagem da revista IstoÉ, segundo a qual haveria aliciamento para que deputados se filiassem ao PR, em troca de liberação de recursos do Ministério dos Transportes. A revista publicou em seu site um vídeo, com a imagem de Nascimento, em que uma liberação de recursos para uma obra é discutida com um deputado supostamente em processo de transferência para o PR.
Para o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), as denúncias veiculadas pela imprensa são "gravíssimas". Ele ressaltou, porém, que o senador deve ter garantido amplo direito de defesa. Segundo o parlamentar, o PSOL não está pedindo a cassação do mandato de Nascimento, mas a apuração de sua conduta pela instância adequada, que é o Conselho de Ética.
- As denúncias precisam de respostas convincentes. Esperamos que o Conselho de Ética cumpra com seu papel - afirmou Randolfe.
Tércio Ribas Torres / Agência Senado
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