O Brasil precisa ser mais eficiente na reação à dependência química de drogas, especialmente do crack. A constatação é encontrada na oitava edição da revistaEm discussão!, que começou a a circular esta semana. Os debates realizados pela Subcomissão Temporária de Políticas Sociais sobre Dependentes Químicos de Álcool,Crack e Outras Drogas, iniciados em abril deste ano, serviram como base para a elaboração da revista, que mostra que até 2 milhões de brasileiros já devem ter experimentado o crack, droga com potencial para viciar o usuário mais rapidamente e, também, de causar mais danos à saúde que outras substâncias ilícitas. Além de o tratamento contra a dependência química ser um desafio para os médicos, a revista mostra que a rede de atendimento no Brasil é desarticulada e com poucos leitos disponíveis para internação. Diante da falta de investimentos e apoio público, comunidades terapêuticas, geralmente ligadas a religiosos, são a única opção para famílias que tentam recuperar dependentes de drogas. Essas entidades são responsáveis por cerca de 80% das vagas para internação de viciados, mas não obedecem a padrões de atendimento. Assim como a subcomissão ligada à Comissão de Assuntos Sociais (CAS), a revista aborda as drogas mais como uma questão de saúde pública que de segurança pública. Essa tendência pode ser observada em políticas que vêm sendo adotadas em outros países. Comissão da Organização das Nações Unidas (ONU) avaliou recentemente que a atual estratégia de repressão ao tráfico não é suficiente, custa caro ao governo, discrimina os dependentes e ainda abastece a violência. A revista traz não apenas uma radiografia sobre a questão do crack e da dependência química no país, mas apresenta as possíveis saídas para minorar o problema sugeridas pelos senadores.
Todas as edições da revista Em discussão! podem ser acessadas na internet.
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