terça-feira, 12 de março de 2013

Deputados recorrem ao STF para anular eleição de Marco Feliciano na CDHM



Foto: Gustavo Bezerra

Parlamentares de vários partidos da Câmara vão protocolar junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (12), um mandado de segurança solicitando a anulação da sessão que elegeu o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM). A ação, impetrada em conjunto com o escritório de Cezar Britto, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), afirma que a reunião da CDHM feriu o regimento da Câmara – no seu artigo 48 – ao restringir o acesso do público ao local da atividade sem que tal medida fosse objeto pelos integrantes da própria comissão.
No mandado de segurança os parlamentares pedem que o STF emita uma decisão em caráter liminar, para que a anulação da reunião do dia 7 de março, que elegeu Feliciano, seja imediatamente anulada. “É inimaginável que, após a ditadura militar, uma comissão de direitos humanos faça uma reunião a portas fechadas, com barreiras nos corredores para impedir que a sociedade participe. Isso fere o regimento da Câmara e por isso vamos questionar a legalidade desta reunião”, explicou o deputado Domingos Dutra (PT-MA), que presidiu a CDHM em 2012. Além da ilegalidade da reunião, o deputado Padre Ton (PT-RO) avalia também que a proporcionalidade partidária na composição da comissão foi ferida, com o PSC – que, inicialmente não tinha direito a vaga no órgão – passando a ocupar cinco vagas de titulares de um total de dezoito integrantes. “Participei da tumultuada reunião da comissão na semana passada, que foi um ato autoritário do presidente da Câmara, e também é grave o problema da proporcionalidade. Um partido tão pequeno como o PSC não pode ocupar a maioria das vagas da comissão”, protestou Padre Ton.
São signatários da ação: Domingos Dutra (PT-MA), Erika Kokay (PT-DF), Janete Rocha Pietá (PT-SP), Luiz Couto (PT-PB), Nilmário Miranda (PT-MG), Padre Ton (PT-RO), Arnaldo Jordy (PPS-PA), Janete Capiberibe (PSB-AP), Jean Wyllys (PSol-RJ) e Luiza Erundina (PSB-SP).

Frente Parlamentar – O conjunto de deputados e deputadas atuantes na área também decidiu que vai criar uma frente parlamentar em defesa dos direitos humanos. As assinaturas já estão sendo recolhidas – são necessárias 171 adesões na Câmara – e a previsão é que a frente seja instalada em até duas semanas.

Rogério Tomaz Jr.

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