segunda-feira, 18 de março de 2013

Randolfe se diz vítima de intimidação



Senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), acusado de receber "mensalão" de R$ 20 mil durante seis meses, quando exercia o cargo de deputado estadual no Amapá, diz que denúncias são falsas e "uma clara tentativa de intimidação" ao seu trabalho contra o grupo denunciado na CPI do Narcotráfico, entre eles o deputado estadual Moisés Souza, cujo gabinete é chefiado por Fran Júnior, autor da ação.

Brasil 247 – O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) diz que são falsas as acusações de que ele teria recebido um "mensalão" de R$ 20 mil durante seis meses em 1999 e 2000 (leia mais). O autor da ação, que foi encaminhada à Procuradoria-Geral da República pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), é o ex-presidente da Assembleia Legislativa do Amapá Fran Júnior. Segundo ele, o dinheiro foi pago pelo então governador João Capiberibe (hoje senador) em troca de apoio político e o ex-governador também teria sido beneficiado. Para Randolfe, trata-se de uma "clara tentativa de intimidação" ao seu trabalho contra o grupo que foi denunciado na CPI do Narcotráfico, do Senado. De acordo com Randolfe, o ex-presidente da Assembleia Legislativa do Estado Moisés Souza, afastado em 2012, foi um dos denunciados pela CPI por envolvimento no crime organizado, tráfico de drogas e corrupção ativa. Hoje deputado estadual, tem o gabinete chefiado por Fran Júnior. "A ação de Fran Júnior é uma clara tentativa de intimidação ao trabalho do Senador Randolfe, que foi um dos principais defensores do trabalho do Ministério Público no desbaratamento desse grupo que por anos desviou recursos dos cofres públicos do Amapá", informa nota encaminhada pela assessoria de imprensa do parlamentar. "Essas falsas denúncias são um salvo-conduto para impedir nossa atuação", acrescentou o senador.

Pedido de apuração na PGR

Randolfe conta que ele próprio levou o dossiê que está sendo distribuído no Senado com denúncias contra ele ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, a fim de que seja comprovada a sua falsidade. "Além disso, entregou os documentos referentes a todas as medidas judiciais adotadas pelo senador para essa comprovação", relata a assessoria, que acrescenta que Gurgel se mostrou surpreso com as informações apresentadas.

Pronunciamento no Senado

Em discurso proferido em plenário na semana passada, Randolfe Rodrigues afirma que qualquer denúncia merece uma "profunda investigação", independente das acusações as quais responde o acusador. Por isso ele diz ter tomado algumas providências, como a quebra de seu sigilo bancário e o pedido de divulgação, pelo Banco do Brasil, de todos os seus cheques emitidos no período de seu mandato, de fevereiro de 1999 a janeiro de 2006. Assista aqui. Na reportagem publicada sobre a denúncia nesta segunda-feira, a Folha de S.Paulo atribui o encaminhamento da petição à PGR, por Renan Calheiros, ao fato de que Randolfe Rodrigues e João Capiberibe (PSB-AP) foram contra a eleição do atual presidente do Congresso.

Leia abaixo a íntegra da nota enviada pela assessoria de imprensa:

Sobre as acusações publicadas, hoje, em matéria do site Brasil 247, esclarecemos que:

1- Lamentamos que mesmo tendo recebido informações, na última quarta-feira (13), sobre as ações do senador contra essas falsas denúncias, o site Brasil 247, mais uma vez publicou matéria desta natureza sem ouvir o parlamentar, e nem mesmo citar as medidas adotadas por ele. Tal atitude só se justifica por descuido ou má-fé.

2- As informações do dossiê em questão são mentirosas e correspondem a um crime previsto no Código Penal Brasileiro, como calúnia e difamação. O senador Randolfe não recebeu e não recebe qualquer valor indevido.

3- Nesta semana, o senador terá acesso aos extratos da Caixa Econômica Federal, que juntamente com as microfilmagens de seus cheques recebidos no período, comprovam o não recebimento desse valor. Além disso, ele já autorizou a quebra de seu sigilo fiscal e bancário, para facilitar as investigações.

4- Randolfe contratou um profissional para periciar os recibos anexados no "falso dossiê" e comprovar a fraude.

5- O Senador apresentou esse dossiê ao Ministério Público do Estado, a instituição
considerou as denúncias improcedentes e investigará o autor por falsidade ideológica.

6- No dia 24 de agosto de 2012 foi protocolada uma Notícia Crime no Ministério Público Federal. No dia 27 de fevereiro de 2013 foi feito o pedido de instauração de inquérito na Polícia Federal para investigação da denúncia; Também foram solicitados para a Assembleia Legislativa, todos os documentos referente a pagamentos feitos à Randolfe Rodrigues, na época Deputado Estadual;

7- No último dia 12 de março, o senador Randolfe usou a tribuna do Senado Federal para esclarecer a população dos fatos ocorridos e das medidas tomadas; http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=sNHET5-yPo0

8- No dia 13 de março de 2013, o senador Randolfe Rodrigues apresentou o tal dossiê ao Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, além de todas as medidas que foram tomadas para esclarecer os fatos.

9- Os responsáveis pela construção dessa falsa denúncia serão responsabilizados e punidos de acordo com o que determina a lei. As instituições públicas já foram acionadas para investigar a quadrilha que, dentre outros crimes, é acusada de falsidade ideológica e denunciação caluniosa.

10- O senador Randolfe Rodrigues afirma que o crime e seus parceiros não vencerão.


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