Senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), acusado de
receber "mensalão" de R$ 20 mil durante seis meses, quando exercia o
cargo de deputado estadual no Amapá, diz que denúncias são falsas e "uma
clara tentativa de intimidação" ao seu trabalho contra o grupo denunciado
na CPI do Narcotráfico, entre eles o deputado estadual Moisés Souza, cujo
gabinete é chefiado por Fran Júnior, autor da ação.
Brasil 247 – O senador Randolfe
Rodrigues (PSOL-AP) diz que são falsas as acusações de que ele teria recebido
um "mensalão" de R$ 20 mil durante seis meses em 1999 e 2000 (leia mais). O autor da ação, que foi
encaminhada à Procuradoria-Geral da República pelo presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL), é o ex-presidente da Assembleia Legislativa do Amapá Fran
Júnior. Segundo ele, o dinheiro foi pago pelo então governador João Capiberibe
(hoje senador) em troca de apoio político e o ex-governador também teria sido
beneficiado. Para Randolfe, trata-se de uma "clara tentativa de
intimidação" ao seu trabalho contra o grupo que foi denunciado na CPI do
Narcotráfico, do Senado. De acordo com Randolfe, o ex-presidente da Assembleia
Legislativa do Estado Moisés Souza, afastado em 2012, foi um dos denunciados
pela CPI por envolvimento no crime organizado, tráfico de drogas e corrupção
ativa. Hoje deputado estadual, tem o gabinete chefiado por Fran Júnior. "A ação de Fran Júnior é uma clara tentativa
de intimidação ao trabalho do Senador Randolfe, que foi um dos principais
defensores do trabalho do Ministério Público no desbaratamento desse grupo que
por anos desviou recursos dos cofres públicos do Amapá", informa nota
encaminhada pela assessoria de imprensa do parlamentar. "Essas falsas
denúncias são um salvo-conduto para impedir nossa atuação", acrescentou o
senador.
Pedido de apuração na PGR
Randolfe conta que ele próprio levou o dossiê que
está sendo distribuído no Senado com denúncias contra ele ao procurador-geral
da República, Roberto Gurgel, a fim de que seja comprovada a sua falsidade.
"Além disso, entregou os documentos referentes a todas as medidas
judiciais adotadas pelo senador para essa comprovação", relata a
assessoria, que acrescenta que Gurgel se mostrou surpreso com as informações
apresentadas.
Pronunciamento no Senado
Em discurso proferido em plenário na semana
passada, Randolfe Rodrigues afirma que qualquer denúncia merece uma
"profunda investigação", independente das acusações as quais responde
o acusador. Por isso ele diz ter tomado algumas providências, como a quebra de
seu sigilo bancário e o pedido de divulgação, pelo Banco do Brasil, de todos os
seus cheques emitidos no período de seu mandato, de fevereiro de 1999 a janeiro de 2006. Assista aqui. Na reportagem publicada sobre a
denúncia nesta segunda-feira, a Folha de S.Paulo atribui o encaminhamento
da petição à PGR, por Renan Calheiros, ao fato de que Randolfe Rodrigues e João
Capiberibe (PSB-AP) foram contra a eleição do atual presidente do Congresso.
Leia abaixo a íntegra da nota enviada pela
assessoria de imprensa:
Sobre as acusações publicadas, hoje, em matéria do
site Brasil 247, esclarecemos que:
1- Lamentamos que mesmo tendo recebido informações,
na última quarta-feira (13), sobre as ações do senador contra essas falsas
denúncias, o site Brasil 247, mais uma vez publicou matéria desta natureza sem
ouvir o parlamentar, e nem mesmo citar as medidas adotadas por ele. Tal atitude
só se justifica por descuido ou má-fé.
2- As informações do dossiê em questão são
mentirosas e correspondem a um crime previsto no Código Penal Brasileiro, como
calúnia e difamação. O senador Randolfe não recebeu e não recebe qualquer valor
indevido.
3- Nesta semana, o senador terá acesso aos extratos
da Caixa Econômica Federal, que juntamente com as microfilmagens de seus
cheques recebidos no período, comprovam o não recebimento desse valor. Além
disso, ele já autorizou a quebra de seu sigilo fiscal e bancário, para
facilitar as investigações.
4- Randolfe contratou um profissional para periciar
os recibos anexados no "falso dossiê" e comprovar a fraude.
5- O Senador apresentou esse dossiê ao Ministério
Público do Estado, a instituição
considerou as denúncias improcedentes e investigará
o autor por falsidade ideológica.
6- No dia 24 de agosto de 2012 foi protocolada uma Notícia
Crime no Ministério Público Federal. No dia 27 de fevereiro de 2013 foi feito o
pedido de instauração de inquérito na Polícia Federal para investigação da
denúncia; Também foram solicitados para a Assembleia Legislativa, todos os
documentos referente a pagamentos feitos à Randolfe Rodrigues, na época
Deputado Estadual;
7- No último dia 12 de março, o senador Randolfe
usou a tribuna do Senado Federal para esclarecer a população dos fatos
ocorridos e das medidas tomadas; http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=sNHET5-yPo0
8- No dia 13 de março de 2013, o senador Randolfe
Rodrigues apresentou o tal dossiê ao Procurador Geral da República, Roberto
Gurgel, além de todas as medidas que foram tomadas para esclarecer os fatos.
9- Os responsáveis pela construção dessa falsa
denúncia serão responsabilizados e punidos de acordo com o que determina a lei.
As instituições públicas já foram acionadas para investigar a quadrilha que,
dentre outros crimes, é acusada de falsidade ideológica e denunciação
caluniosa.
10- O senador Randolfe Rodrigues afirma que o crime
e seus parceiros não vencerão.
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