segunda-feira, 28 de abril de 2008

Entrevista com o senador Geovani Borges


Geovani: “Minha meta é aprovar a Zona Franca”


O Amapá ganhou um novo senador, na semana passada. Geovani Borges (PMDB-AP), na verdade, é um velho conhecido do Congresso Nacional, pois já foi deputado federal constituinte, em 1988, e em 2006 assumiu o Senado, por algum tempo, como agora, substituindo o irmão Gilvam Borges (PMDB), que novamente se licencia, por 180 dias. Após a mobilização e da festa pela posse de Geovani, na terça-feira, ele foi logo encarando o trabalho, fazendo pronunciamentos e apresentando projetos importantes. O senador conversou com o Diário do Amapá, em Brasília.


"Quando eu digo que esse projeto será nossa redenção econômica é porque já demos o primeiro passo, a a criação da Área de Livre Comércio de Macapá e Santana, que reduz os custos em até 20%"


Diário do Amapá – O senhor assumiu recentemente o cargo no Senado Federal e permanecerá durante a ausência do titular. Qual a sua meta de trabalho nesse período?Geovani


Borges – O assunto do momento, que está em pauta, inclusive em regime de urgência, é o projeto de criação da Zona Franca Verde de Santana e Macapá. É nesse importantíssimo projeto que estou focalizando minha meta imediata de trabalho. É o futuro econômico, a viabilização econômica do nosso Estado que está em jogo, então minhas principais ações seguem nesse sentido.


Diário – O projeto ainda está na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, a CAE. O senhor acha que será logo colocado em pauta?


Geovani – Acredito que na próxima semana ocorra a apreciação e aprovação na CAE.


Diário – Para o senhor a Zona Franca é uma alternativa econômica para o Estado, mesmo com a localização em Macapá e Santana?


Geovani – Sem dúvida, porque é um projeto sui generis. A matéria-prima a ser utilizada na produção tem que obrigatoriamente ser da flora local. Os mecanismos legais que serão criados para o alcance desse objetivo envolvem a região como um todo, embora os benefícios fiscais ocorram dentro do território dos municípios de Macapá e Santana.


Diário – Poderíamos falar então dos benefícios indiretos?


Geovani – Claro, pois quando há investimento em determinada área, que envolve industrialização, comércio e exportação, o que está ao redor cresce junto, se desenvolve, porque temos geração de empregos, maior poder aquisitivo, maior consumo. De fato teremos um aquecimento ímpar do mercado interno amapaense.


Diário – Não haverá competição com a Zona Franca de Manaus?


Geovani - Não. Isso é fora de questão, pois a Zona Franca produz atualmente até tecnologia de ponta. Em Santana e Macapá a produção possui restrições justamente para não criar forças combativas dentro da nossa própria região.


Diário – O senhor acha que avançaremos muito com a Zona Franca Verde?


Geovani – Quando eu digo que esse projeto será nossa redenção econômica é porque já demos o primeiro passo, a criação da Área de Livre Comércio de Macapá e Santana que no mercado interno conseguiu reduzir os custos em até 20% aproximadamente, considerando a carga tributária do ICMS. E no mercado das importações se consegue barateamento dos custos devido aos benefícios de tributos federais. Um grande trabalho do senador José Sarney.


Diário – A industrialização seria, então, um incremento disso?


Geovani – Claro. E quando começarmos a transformar nossas matérias-primas acredito ainda que o Amapá com certeza não vai só chamar a atenção da Amazônia, mas também do país.


Diário – E quanto ao trabalho que está sendo desenvolvido pela Bancada Federal, o governo estadual e os governos municipais. O senhor acha importante?


Geovani – Nesse aspecto eu quero dar destaque a um artigo publicado pelo senador José Sarney, no qual ele afirma que ao longo de sua vida pública não havia presenciado uma política de resultado, política prática, através da qual o Estado do Amapá está conseguindo trabalhar com eficiência na liberação de recursos do orçamento da União. E a Bancada Federal também vem tendo outras conquistas e ele fez questão de ressaltar o trabalho do senador Gilvam Borges como coordenador da Bancada. Na verdade esse alinhamento é voltado ao resultado prático, eficiente e eficaz. O senador Sarney juntamente com o senador Gilvam trabalharam para a pacificação das instituições no Amapá. Os poderes são independentes e trabalham harmonicamente.


Diário – o senhor está integrado a esse método de trabalho?


Geovani – Claro que sim. E não poderia ser diferente. Não podemos de forma alguma atropelar essa metodologia de trabalho. Ela foi implementada quando o senador Gilvam assumiu a coordenação da Bancada. É a forma dele de agir, agregada à vontade dos parlamentares federais de construir, de fazer as coisas andarem, e por isso está dando certo.


Diário – A Bancada Federal terá um novo coordenador durante a ausência do senador Gilvam ou o senhor fará a coordenação?


Geovani – A Bancada se reuniu e elegeu o deputado Jurandil Juarez, peemedebista, como coordenador interino, naturalmente dando continuidade ao trabalho que foi implementado.


Diário – Verificamos no site do Senado que além da Zona Franca o senhor está apresentando projetos na área de educação e também relacionados aos idosos. Como o projeto de lei que criou a Unifap. Esse novo projeto é para o ensino superior?


Geovani – Não. Esse projeto é voltado para o ensino Médio. E o dos idosos é uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) já protocolada com as assinaturas necessárias. Apesar das leis assegurarem vários benefícios para os idosos, eu acredito que o resguardo desses direitos têm que estar destacado na Constituição Federal e na qualidade de ex-constituinte estou procurando corrigir essa situação. Brevemente farei um pronunciamento sobre estes projetos que já estão tramitando.


Diário – Como o senhor avalia o momento político no Amapá?


Geovani – Uma nova era. Novas perspectivas que surgem no horizonte amapaense. Queremos avançar, progredir, evoluir ou pretendemos ficar no atraso das teorias? Tenho certeza de que todos nós queremos o bem-estar da população. Eu moro em Santana, cidade que escolhi para morar por que é lá que me sinto bem, tenho amigos, família, mas vejo o Estado como um todo. Ora, se temos uma oportunidade é para trabalhar, produzir, fazer o melhor. E creio que somente um trabalho em união e com responsabilidade nos concede a medida para alcançarmos as metas, os objetivos que buscamos.


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