segunda-feira, 14 de abril de 2008

Parlamento Amazônico

Evento marcado pela diversidade de visões para o desenvolvimento


Macapá, 11/04/2008 – Iniciou em Macapá, nesta quinta-feia, 10, o 6º Encontro do Parlamento Amazônico. Os discursos de abertura pontuaram as diversas formas de desenvolvimento, integração e participação nas ações e decisões que provocam alterações na amazônia brasileira. Ao abrir o evento, o atual presidente do Parlamento Amazônico, deputado estadual amapaense Jorge Amanajás (PSDB), criticou as organizações internacionais que atuam na região. “Eu ainda não vi nenhuma organização internacional, que costumam quase sempre nos colocar internacionalmente como sendo os grandes destruidores da Amazônia, eu nunca vi eles defenderem os nossos povos que vivem nas nossas favelas e nas nossas baixadas, nas baixadas de Belém, nas baixadas de Manaus, nas baixadas de Macapá. Eu ainda não vi o Greenpeace aqui na frente da nossa cidade questionando por que que o nosso saneamento básico, nosso esgoto, está contaminando o rio Amazonas, eu ainda não vi eles trazerem nenhum recurso para que se resolva o problema do saneamento básico nas nossas grandes cidades. Mas eu vi o Greenpeace lá em Santarém questionando o porto da Cargill. A quem interessa?” questionou o parlamentar tucano para arrematar: “Não servem pra nós as soluções que nos são dadas pelos estrangeiros e por aqueles que não vivem nessa região”.

Sustentabilidade - O vice-governador do Pará, Odair Corrêa, defendeu a criação de um Ministério da Amazônia. Ele chamou atenção para a “necessidade que o Governo Federal chame para si a responsabilidade de articular um organismo, que homogenizando as ações das instituições das três esferas, possa dedicar-se a essa região e cuidar da segurança, do desenvolvimento sustentável e da preservação ambiental”. A deputada federal Janete Capiberibe (PSB/AP) alertou para uma das ações que desencadeou a partir de março, quando assumiu a presidência da Comissão da Amazônia na Câmara dos Deputados: “Estamos nos mobilizando para ampliar o aporte de recursos à região, nos diferentes setores, do ensino e pesquisa e à infra-estrutura de transporte, da saúde e segurança ao georeferenciamento. Criamos uma subcomissão que já está tratando deste tema”. Para a deputada Janete Capiberibe há um déficit para com os moradores da região amazônica que pode ser equacionado através da valorização do trabalho de conservação de quem vive na região. “Essa política poderia favorecer especialmente as inúmeras comunidades amazônidas que dependem da manutenção da floresta para sobreviver, promovendo seu desenvolvimento socioeconômico.”

União – O senador Gilvam Borges (PMDB) criticou o que chamou de “discurso imperialista” que, segundo ele, restringe o desenvolvimento da região Amazônica. Ele concluiu que “a amazônia podia ser um país independente. Eu não acredito no discurso dos imperialistas de falar em uma ecologia falsa e irresponsável, que estanca o nosso desenvolvimento. Eu acredito, sim, na integração”. Para ele, “lamentavelmente, os países ricos nos impõem a política restringindo o nosso próprio desenvolvimento, enquanto eles depredaram toda sua região e as suas riquezas e optaram pela pesquisa, pelo desenvolvimento e pelas indústrias”. O Governador do Estado do Amapá, Waldez Góes (PDT), elogiou a política do presidente Lula para a Amazônia e ressaltou que o povo amazônida está preparado para discutir os problemas da região. “Nós estamos preparados, sim, para discutir a Amazônia, para nos impôr nessa relação com a comunidade nacional e internacional. Cada um desta mesa, cada um da platéia, o mais simples cidadão da Amazônia, pelo seu sentimento de amor, de respeito, de cumplicidade com a natureza, estamos preparados para discutir a Amazônia.” Ele falou ainda sobre o problema energético na região, destacando que o linhão de Tucuruí, para transmissão de energia, custaria $ 3 bilhões de reais e economizaria, em 15 anos, $ 100 bilhões de dólares para o Brasil. Disse não ser “justo que uma região que pode contribuir com energia para o país” receba um tratamento genérico e que é “por isso que as (empresas de energia) federalizadas que estão nos estados da Amazônia e a estadualizada, como a CEA, estão na situação que estão.”

O 6º Encontro do Parlamento Amazônico prossegue durante esta sexta-feira, 11, na cidade de Macapá, capital do estado do Amapá. Reuniu, na abertura, o presidente do Parlamento e da Assembléia Legislativa do Amapá, deputado Jorge Amanajás (PSDB), o Governador do Estado do Amapá Waldez Góes (PDT), o Senador Gilvam Borges (PMDB), a presidenta da Comissão da Amazônia, Integração e Desenvolvimento Regional da Câmara dos Deputados (CAINDR), Janete Capiberibe (PSB), o vice-governador do Pará, Odair dos Santos Corrêa (PDT), o deputado do Acre, Juarez Leitão (PT), o presidente da Assembléia Legislativa do Tocantins, Carlos Gaguim (PMDB) e o presidente da Assembléia Legislativa do Pará, Domingos Juvenil (PMDB), que deverá assumir a presidência do Parlamento Amazônico a partir de hoje, além de políticos e lideranças dos diversos estados da região. O evento encerra na noite de hoje.


Texto e fotos: Luciana Capiberibe, de Macapá, especial para a Comissão da Amazônia, Integração Nacional e Desenvolvimento Regional

Sal Freire – Assessoria de Comunicação da Comissão da Amazônia – 61 3216 6431

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Acompanhe

Clique para ampliar