terça-feira, 15 de junho de 2010

Papaléo pede a eleitores que examinem o passado dos candidatos

Em discurso nesta segunda-feira (14), o senador Papaléo Paes (PSDB-AP) pediu aos eleitores que façam escolhas conscientes. De acordo com o parlamentar, a melhor maneira de se atingir esse objetivo é preceder o voto de uma análise cuidadosa do passado político do candidatos, das suas realizações, mas também do seu caráter.
Papaléo aconselhou o eleitor a buscar informações que o capacitem a decidir se o candidato é ou não é corrupto. Dessa forma, não dependerá da ação da Justiça para se proteger dos maus governantes. O parlamentar observou que ainda há dúvidas sobre a validade da Lei da Ficha Limpa. No entender dele, o parecer emitido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é de que a Ficha Limpa valerá somente para o candidato que tiver cometido crime após a sanção daquele texto, em 4 de junho.
O projeto Ficha Limpa, aprovado no dia 19 de maio no Senado e sancionado pelo presidente Lula no dia 4 de junho, impede candidaturas de pessoas condenadas pela Justiça, em decisão colegiada, por praticarem crimes de corrupção, abuso de poder econômico, homicídio e tráfico de drogas.
- Mais importante que as propostas, é saber quem está por trás delas - alertou Papaléo, referindo-se a conversa que teve neste fim de semana com eleitora do seu estado. Conforme o relato do senador, ela própria lamentou que belas promessas acabem não se concretizando, findas as eleições.
Para que o eleitor se conscientize da necessidade de ter um papel ativo, o parlamentar do PSDB sugeriu a mobilização de agentes sociais da Igreja Católica e outras organizações religiosas.
- Façam a pregação que a lei é a formalidade de um processo do qual o povo é o responsável - defendeu.
No entender de Papaléo, o político não se transforma em corrupto após ser eleito. Esse comportamento criminoso já faria parte da personalidade do candidato. Daí a responsabilidade de quem vota.

Apartes

Em aparte, o senador Augusto Botelho (PT-RR) disse que ainda é comum se ouvir no nordeste e em Rondônia o lema do "rouba, mas faz".Embora, recriminando esse dito e a aprovação a ele, Botelho admitiu que aconselha os eleitores a aceitarem o dinheiro de quem tenta lhes comprar votos, mas ao mesmo tempo os orienta a votarem em outros candidatos que considerem honestos. O parlamentar do PT é de opinião que o dinheiro recebido nesses casos pertence ao contribuinte, e é como se fosse uma devolução dos impostos pagos.
De todo modo, condenou quem desvia verbas públicas:
- Por menor que seja o valor roubado - 1% de emenda parlamentar ou da merenda escolar - trata-se de roubo da mesma maneira.
O oportunismo dos candidatos, potencializado por campanhas sofisticadas, deve ser filtrado pelo bom senso dos eleitores, de acordo com o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), outro aparteante de Papaléo. Ele recomendou aos cidadãos que votam a investigação da trajetória política dos candidatos, das obras que realizou e dos bens que adquiriu, para ver se são compatíveis com a renda declarada.
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) também aparteou Papeléo. E repudiou a opinião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a Ficha Limpa. Segundo a citação feita pelo senador paranaense, o presidente previu que, com base na nova lei, a oposição adotaria "o discurso do moralismo", o que "não levaria a lugar nenhum". O parlamentar apelou aos tribunais para que acelerem os julgamentos de processos em que os candidatos figurem como réus, de modo que os condenados fiquem impedidos de disputar o pleito de outubro deste ano. Para o parlamentar, a nova lei colocou em discussão um tema crucial para a administração pública e a estabilidade do processo político, uma vez que o julgamentos procedidos pela Justiça Eleitoral depois da posse dos eleitos têm gerado perda de mandatos e dúvidas sobre quem deve assumir os postos de governador e prefeito.

Belo Monte

Papaléo Paes comentou ainda notícia publicada no jornal O liberal, de Macapá, sobre a Usina de Belo Monte no Rio Xingú (PA), chamando a atenção para o desastre ecológico que está em marcha, com a destruição de parte da floresta, sem a garantia de que toda a energia prometida será realmente gerada. O senador assinalou o ponto de vista expresso pelo coordenador da Campanha de Energias Renováveis do Greenpeace, Ricardo Baitelo, segundo o qual o projeto de Belo Monte está sendo "enfiado goela abaixo" da população, quando há outras possibilidades de geração de energia, como a eólica e a de biomassas".

Da Redação / Agência Senado

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