quarta-feira, 30 de junho de 2010

Presidente sírio, Bashar Al Assad, visita Congresso Nacional

Presidente sírio diz que, hoje, Brasil e Lula têm grande importância e responsabilidade no cenário internacional

“O Senado, por unanimidade, apóia a política externa do Governo Lula de intermediar a paz no Oriente Médio”, afirmou o presidente do Senado ao presidente da Síria, Bashar Al Assad, que, na tarde desta quarta-feira (30), visitou o Congresso Nacional. "Daremos firme sustentação ao governo nas decisões que possa tomar para auxiliar os países árabes nas tratativas de paz", esclareceu Sarney.
"Tenho muita satisfação em dizer da nossa solidariedade e de todo o povo brasileiro com as causas defendidas pela Síria", insistiu o presidente do Senado, relembrando: "O Brasil tem sido sempre e insistentemente favorável as resoluções da ONU em favor da paz na sua região, principalmente aquelas que devolvem as Colinas de Golan ao povo palestino". Na conversa de tom descontraído, o presidente Sarney citou Lula para acentuar o permanente interesse brasileiro sobre tudo que acontece no Oriente Médio. "Não tínhamos uma tradição de atuação diplomática no Oriente Médio, mas o presidente Lula venceu essa falha, uma vez que se lançou para mediar a crise entre o Irã e Israel, sobretudo no âmbito dos organismos internacionais", disse, relembrando a atuação do presidente brasileiro para tentar resolver a crise entre os Estados Unidos e Irã sobre o enriquecimento do urânio.

Sarney explicou para o presidente Assad que a Constituição brasileira tem dispositivo que proíbe qualquer tentativa de uso da energia nuclear para fins que não sejam os pacíficos. "Crendo nessa disposição do Irã – de fins pacíficos - é que o Brasil participa desse empenho, desse desejo para resolver esse embate". Bashar Al Assad agradeceu a "posição objetiva e clara" a respeito dos conflitos no Oriente Médio, para enfatizar que "o Brasil e o presidente Lula" têm uma importância e uma responsabilidade muito grande no cenário internacional - não somente para a América Latina. "Mais do que nenhum outro povo vocês sabem como se vive pacificamente", reforçou para insistir: "Antigamente víamos o apoio do Brasil ao povo árabe tão somente nos aspectos morais de nossas idéias, mas agora não, vemos que há um apoio efetivo, prático do governo brasileiro à nossas causas".Risonho, Al Assad fez questão de ressaltar a admiração pelo calor do povo brasileiro e a abertura dada a imigrantes de várias gerações de sírio-libaneses, que imigraram para o Brasil, para defender que o modelo latino-americano de convivência tem de ser ampliado para o mundo todo. "Vemos que não há nenhum preconceito. Se o mundo pensasse dessa maneira não teríamos tantos problemas. O ideal seria que os povos árabes pudessem viver como vivem os sírios e libaneses no Brasil, já que não há um conflito árabe-latino. Na audiência de quase uma hora, Sarney também mencionou a posição brasileira condenando a abordagem do exército israelense ao navio dos ativistas que levava ajuda humanitária à Faixa de Gaza. Sempre agradecendo o apoio ao povo palestino, Al Assad argumentou que a Grande Síria - formada pelo seu país, pelo Líbano, Irã, Jordânia e parte do Iraque - recebeu os judeus como os brasileiros receberam os imigrantes sírio-libaneses, para indagar: "Imagine se todas essas gerações que vocês receberam resolvessem expulsá-los de seu próprio território, de suas próprias casas e os matassem?"

Secretaria de Imprensa da Presidência do Senado

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