Simpática e sorridente, Xuxa movimentou o Senado, festejada por funcionários e populares por onde passou com o presidente Sarney, que a encontrou na chegada porque, seguindo protocolo, havia acompanhado a rainha Silvia, da Suécia, até a saída do prédio. Ao final da audiência, descontraída, a "rainha dos baixinhos" desculpou-se com o presidente pelo cumprimento com dois beijinhos na chegada. "Treinei para não fazer isso e acabei fazendo", disse, para ouvir do presidente: "Pois então, agora, dê o terceiro". Ela atendeu o pedido.
Para reforçar importância da lei na mudança do comportamento - ainda aceito - de violência e covardia contra crianças, a apresentadora lembrou que é comum, por exemplo, histórias de bêbados que em casa batem nos filhos e na mulher. "Por que não batem no policial na rua?", cobrou.
A Secretária de Direitos Humanos, Maria do Rosário, a ministra do Superior Tribunal de justiça (STJ), Nancy Andrighi, Martha Santos Paz, da UNICEF e Martha Suplicy, vice-presidente do Senado, acompanharam Xuxa na audiência com o presidente. Paz relatou que, nos últimos cinco anos, 28 países já aprovaram leis contra aplicação de castigos corporais em crianças e adolescentes. "A criança é um cidadão cujos direitos devem ser defendidos pelo Estado", enfatizou. Andrighi defendeu a inclusão de psicólogos e pedagogos nas Varas da Infância e da Adolescência, para que famílias com problemas possam ser acompanhadas e reeducadas. "Os problemas tem que ser resolvidas com o diálogo entre as partes acompanhadas por especialistas", reforçou.
Sarney, que prometeu empenho em favor da causa, também defendeu a necessidade de criar nas famílias e nas escolas a consciência de que o castigo corporal não é maneira de tratar as pessoas. Xuxa, que havia participado de seminário na Câmara sobre o tema, mostrou-se esperançosa com a possibilidade de mudanças na mentalidade das famílias brasileiras.
A apresentadora Xuxa Meneghel veio ao presidente José Sarney pedir celeridade na aprovação do projeto sobre direito de crianças e adolescentes serem cuidados sem o uso de qualquer forma de violência e humilhação. "Alguns pais chegam a dizer que sofrem com a aplicação dos castigos, mas declaram que castigam pelo bem das crianças", exemplificou para justificar a necessidade de aprovação do projeto - PL 7672/10, do Poder Executivo -, já em tramitação, que proíbe métodos de educação violenta. Xuxa disse ficar "chocada" com declarações dos pais quando indaga se batem nos filhos.
Secretaria de Imprensa da Presidência do Senado
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