Segundo presidenta, crise só não foi resolvida ainda por falta de "coesão política"
Carolina Cimenti, especial para o iG, de Nova York
A presidenta Dilma Rousseff criticou duramente as políticas de cortes, atualmente em uso nos Estados Unidos e na Europa, no combate à crise econômica. “Nós no Brasil sabemos muito bem que não se sai de crise com recessão”, disse a presidenta aos jornalistas brasileiros em Nova York. “Nós tivemos duas décadas perdidas no Brasil por causa dessas políticas e sabemos que somente uma política clara macroeconômica e de inclusão social é que funciona”, acrescentou. Dilma explicou que ao realizar profundos cortes de gastos do governo, essa política provoca queda ou paralisia do crescimento econômico e, consequentemente, o aumento da dívida soberana do país afetado. A presidenta disse que esse é o caso da Grécia atualmente. “É uma típica espiral recessiva que a Grécia está imersa”, e afirmou também que “a Grécia não vai poder esperar pelo G20 em Cannes, na França, em novembro. O débito grego terá que ser organizado para que se evite o contagio da crise a outros países”. Dilma disse ainda que acredita que será necessário desvalorizar as dívidas atuais (possivelmente de vários países), pois “sem isso, você não sai da crise”. Em uma posição mais confortável em Nova York , com uma diplomacia cada vez mais respeitada, segundo a presidenta, está na hora do Brasil participar da solução desta crise. “Uma ministra uruguaia chamou o mercado interno sul-americano de 500 milhões de consumidores de ‘um mercado apetecible’ (apetitoso, em espanhol)”, disse Dilma. Por isso mesmo, a presidenta acredita que esteja na hora do Brasil, e da América do Sul em geral, participar com recursos políticos (diplomáticos) no combate à crise.
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