A democracia, como já se disse, de todos os sistemas de governo, é o menos ruim. Concordo totalmente. O defeito mais grave, embora não se justifique jamais sua condenação como sistema, é o fato de se basear não na racionalidade, na lógica, mas na emoção, nos sentimentos e empatias criadas, portanto, na irracionalidade dos humores do povão, nos atos demagógicos, nos jogos de cena para a sociedade de massas. Contradição que precisamos saber administrar. Um exemplo: os nobres parlamentares que se dizem arautos da moralidade, afirmaram com toda pompa que, agora (depois que a mídia chiou, claro!), vão pagar IR sobre ajuda de custo. Legal! Concordo. Muito bonitinho e coisa e tal. Mas a perguntinha que fica é: se fosse apenas por consciência ética, por “imperativo moral”, como dizia Kant, porque não fizeram isso antes, como disse ter feito o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), que, independente do Senado, teria acertado a pendência com a Receita Federal em outubro, desembolsando R$ 73 mil pelo IR não recolhido? Eu respondo: por que se trata apenas da mais deslavada e, como dizia Dacy Ribeiro, “façanhuda” e espertalhona DEMAGOGIA. Acham que o povão é besta. Parlamentares que não possuem posições relevantes no Congresso, que não têm atuações substanciais, são, infelizmente, obrigados a partir para este tipo de subterfúgio para alguns minutos de “glória” diante dos holofotes. Os assessores de imprensa dessa gente deveriam advertir seus chefes sobre estas ações tolas, pois como dizia Nelson Rodrigues, a “massa é burra”... mas nem tanto, digo eu. Os tempos são outros. E como diz meu amigo, o jornalista Vicente Limongi Netto, falando sobre o criativo senador Cristovam Buarque, despedido por telefone por Lula, “tem gente que não pode ver nem luz de geladeira aberta que já se transforma em Madre Tereza de Calcutá, berrando asneiras”, com toda aparente e apaixonada “convicção”. É isso.
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