Mesmo tendo o Senado decidido, na última terça-feira
(20), pagar o Imposto de Renda referente às ajudas de custo recebidas por
senadores no período de 2007
a 2011, os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP) e Randolfe Rodrigues (PSOL-PA) anunciaram que vão
quitar a dívida com recursos próprios. O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) afirmou
ter acertado a pendência com a Receita Federal em outubro, desembolsando R$ 73
mil pelo IR não recolhido. Em manifestação no Plenário, nesta quarta-feira
(21), Randolfe Rodrigues disse que a ajuda de custo nem deveria mais existir.
- Espero que, o quanto antes, a Câmara vote o final
deste instituto, que é indevido e que não se justifica nos tempos atuais -
disse Randolfe, informando que já havia solicitado à Receita Federal informação
sobre o valor da dívida para quitação.
Do mesmo modo, Eduardo Suplicy anunciou que deverá
pagar R$ 49,9 mil ao Fisco, relativos ao IR das ajudas de custo.
A ajuda de custo paga aos senadores não era
tributada porque, de acordo com o Decreto Legislativo 7, de 1995, esses
recursos são considerados como de natureza indenizatória, não integrando a
remuneração dos parlamentares. Estariam, portanto, isentos de tributação. No
início de agosto, porém, a Receita Federal decidiu cobrar o imposto, com base
em entendimento de que os recursos têm caráter remuneratório, estando sujeitas
à alíquota de 27,5%. A Receita notificou senadores e ex-senadores para que recolhessem
o IR sobre as ajudas de custo recebidas de 2007 a 2011. Na terça-feira
(20), o Plenário aprovou o Projeto de Resolução do Senado (PRS) 67/2012,
que ratifica entendimento da Comissão Diretora sobre a natureza não-tributável
das ajudas de custo pagas pela Casa aos senadores. Pelo texto, o Senado arcará
com o pagamento do IR não recolhido, mas ajuizará ação contestando a cobrança
retroativa do imposto pela Receita Federal.
Fim do benefício
Em maio, o Senado aprovou o Projeto de Decreto
Legislativo (PDS) 71/2011,
que modifica as regras da ajuda de custo, hoje paga a cada ano, no início e no
fim da sessão legislativa, para suprir despesas com transporte e mudança. Pelo
texto, a ajuda de custo passará a ser paga apenas no início e no final do
mandato, a cada quatro anos. A matéria está em tramitação na Câmara dos
Deputados.
Agência Senado
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