A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI),
que investiga a relação do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos
Cachoeira, com agentes públicos e privados, analisa em instantes o relatório
final com mais de 5.100 páginas do deputado Odair Cunha (PT-MG). O texto já está disponível no site da comissão. O
relatório final sugere o indiciamento de 54 pessoas, dentre elas o governador
de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB; o ex-presidente da Delta Construções,
Fernando Cavendish; o deputado federal Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) e o
prefeito de Palmas, Paulo Filho, do PT. Cunha recomenda que o procurador-geral
da República, Roberto Gurgel, seja investigado por não ter dado prosseguimento
às investigações da Operação Vegas, da Policia Federal. O jornalista Policarpo
Júnior, chefe da sucursal da revista Veja em Brasília, e outros quatro
jornalistas também tiveram o pedido de indiciamento incluído no relatório.
Projetos de
Lei
O relator sugere a apresentação de oito projetos de
lei a partir das investigações. As propostas tratam dos seguintes temas:
- criminalização de jogos de azar;
- tipificação de organizações criminosas;
- alteração prazos prescricionais;
- alteração da atuação do Conselho Nacional do Ministério Público (ampliação de atuação frente ao Supremo Tribunal Federal);
- utilização de pessoa interposta (“laranja”);
- alteração na Lei de Improbidade Administrativa;
- criação de cadastro nacional de dados;
- alteração da fiscalização de empresas de factoring.
Cachoeira
Hoje de madrugada, o personagem principal da CPMI, Carlinhos Cachoeira, foi soltou do presídio da Papuda, em Brasília, onde estava preso desde fevereiro.
Ele ganhou alvará de soltura após ser condenado,
ontem, pela Justiça do Distrito Federal a cinco anos de prisão em regime
semiaberto, pelos crimes de formação de quadrilha e tráfico de influencia.
Cachoeira também vai ter que pagar mais de R$ 150 mil em multa. Essa condenação
se refere à operação Saint Michel da Polícia Civil do DF, que investigou a
tentativa de fraude na licitação do sistema de bilhetagem eletrônica do
transporte público local. Essa foi a primeira condenação do contraventor desde
que surgiram as denúncias de corrupção.
Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Daniella Cronemberger
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