Cruzamento de dados feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que 34,5 milhões de brasileiros moradores de áreas urbanas não tem acesso a coleta de esgoto e que 8,5% da população das cidades vivem em cortiços, com mais de três habitantes por cômodo. Os negros e pardos são as maiores vítimas da falta de saneamento. O percentual de negros e pardos que moram em cidades e que não contam com rede de saneamento básico é quase o dobro do de brancos na mesma situação (35,9% contra 18,7%.). Lamentavelmente, as cidades amapaenses estão incluídas nessas estatísticas. A avaliação da abrangência dos serviços de saneamento no Estado considerou a existência ou não desses serviços nos municípios, independente de sua extensão e quantidade de domicílios atendidos. O resultado é assombroso, cerca de 97,7% contam com rede de abastecimento de água e rede de esgoto. No entanto, os serviços são deficientes e por isso donosos à saúde pública. Contudo, esse cenário pode mudar. Nos últimos três anos e meio, a deputada federal Fátima Pelaes (PMDB-AP) tem se empenhado, em Brasília, na obtenção de recursos para minimizar esses e outros problemas sociais no Estado do Amapá. Antes de se licenciar da Câmara dos Deputados para se dedicar a sua campanha de reeleição, a parlamentar deixou tramitando na Fundação Nacional da Saúde cinco solicitações de liberação de recursos para o município de Laranjal do Jari, a 265 quilômetros de Macapá, totalizando R$ 6,9 milhões para investimentos em esgotamento sanitário, drenagem e controle da malária, abastecimento de água, aquisição de caminhões compactadores de lixo e resíduo sólido (lixo residencial e comercial produzido pela população). A Funasa analisa os pedidos. No entender de Fátima Pelaes, são iniciativas essenciais na redução de doenças como diarréias, dengue, febre tifóide e malária, transmitidas por água contaminada com esgotos humanos, dejetos animais e lixo, e que resultam em milhares de mortes anuais, especialmente de crianças. “O descaso e a ausência de investimentos no setor, em especial nas áreas urbanas, compromete a qualidade de vida da população e do meio ambiente. Enchentes, lixo, contaminação dos mananciais, água sem tratamento e doenças apresentam uma relação estreita”, comenta a parlamentar.
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