Sarney defende a ampliação do papel do Ministério do Desenvolvimento Social e uma visão mais totalizadora sobre a questão social
Acrescentar ao Ministério do Desenvolvimento Social e do Combate à Fome a atribuição de cuidar da crise da família brasileira, transformando-o no Ministério do Desenvolvimento Social e da Família, propôs hoje o presidente José Sarney (PMDB-AP) em discurso emocionado no plenário. "Esta é uma questão a ser tratada em nível ministerial ", disse referindo-se à exigência de atenção especial ao esgarçamento nas relações familiares brasileiras. Defendeu a formulação de política em termos nacionais, mas capaz de estabelecer rede que chegue aos estados e municípios. Sarney contou que a motivação para a proposta foram cenas divulgadas pela mídia nos últimos tempos, como as de crianças incentivadas à prática de crimes por suas mães e que, detidas, depredaram as instituições onde estavam sob guarda, voltando para as ruas em seguida. "Isso mostra que não atingimos o cerne do problema (no combate à violência). E este, creio eu, é a família".
A família precisa ser considerada não somente como uma entidade econômica, mas também como uma entidade social fundamental, sublinhou Sarney. E por isso, deve ser objeto de um espaço especial e privilegiado nas políticas públicas nacionais. O senador enumerou importantes passos que já foram dados, como os avanços da legislação para a proteção da infância, da velhice e da juventude, com a criação dos estatutos. Lembrou suas ações quando presidente da República em atenção aos problemas sociais e também programas como o Bolsa-Família. Mas, lamentou que, passado o tempo, a realidade brasileira ainda seja de problemas sociais de imensa gravidade. Advertiu que, no Brasil, a relação entre a renda dos 10% mais ricos e dos 10% mais pobres é da ordem de 40 vezes. A renda de 1% dos mais ricos, prosseguiu, equivale à dos 50% mais pobres, em torno de 13% do PIB.
Lembrando a Constituição que declara a família como base da sociedade e, por isso, detentora de direito à proteção especial do Estado, Sarney tomou como essencial o fortalecimento da família e dos vínculos familiares: "e se temos políticas voltadas para a criança, o adolescente, o jovem e o idoso, com mais razão devemos priorizar uma política do Estado em relação à família. Temos atuado e legislado sobre as partes, quando o trabalho essencial deve se dar com o todo", advertiu.
Secretaria de Imprensa da Presidência do Senado
Confira os vídeos com trechos do discurso...
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