O Senado poderá receber até quinze canais de TV digital ainda em setembro. O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, comprometeu-se nesta terça-feira, 30, a consignar, nesse prazo, o maior número possível de canais digitais para que o Senado instale estações digitais da TV Senado nas capitais dos estados. Paulo Bernardo recebeu em audiência o primeiro secretário, senador Cícero Lucena (PSDB-PB), que esteve no ministério acompanhado pelos senadores Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e Sergio Souza (PMDB-PR), pelo diretor da Secretaria Especial de Comunicação Social, Fernando Cesar Mesquita, e pela coordenadora de Expansão da Rede Senado de Rádio e Televisão, Virgínia Galvez. Esses 15 canais já foram incluídos no Plano Básico de Televisão Digital-PBTVD pela Agência Nacional de Telecomunicações - Anatel nos últimos meses e, dessa forma, estão prontos para serem consignados pelo Ministério das Comunicações. Há, ainda, outros seis canais em Consulta Pública pela Anatel para o Senado, que também estarão preparados para consignação no próximo mês. O secretário de Serviços de Comunicação Eletrônica do ministério, Genildo Lins de Albuquerque Neto, participou do encontro e foi encarregado de negociar os entendimentos técnicos com o Senado para viabilizar as consignações. Os canais já incluídos pela Anatel no PBTVD e que podem ser consignados desde já para o Senado são para Maceió (AL), Belém (PA), Macapá (AP), Rio de Janeiro (RJ), Porto Velho (RO), Boa Vista (RR), Vitória (ES), João Pessoa (PB), Rio Branco (AC), Manaus (AM), Salvador (BA), Fortaleza (CE), Cuiabá (MT), Recife (PE) e Natal (RN). Além desses, estão em Consulta Pública pela Anatel canais para Campo Grande (MS), Teresina (PI), Curitiba (PR), Aracaju (SE), São Luís (MA) e Palmas (TO). Paulo Bernardo informou, ainda, que, em razão de consulta apresentada pelo Senado, o Ministério das Comunicações deverá baixar em breve uma norma regulamentando a multiprogramação nas televisões públicas. A Norma Geral para Execução dos Serviços de Televisão Pública Digital já permite a transmissão de até quatro canais, ou programações, nas emissoras exploradas pela União Federal, mas ainda falta estabelecer as regras de cessão das subcanalizações.
Para todo o país
O Senado está realizando esforço para levar a TV Senado a todo o país em sinal aberto e gratuito por meio da nova tecnologia digital, que deverá substituir as transmissões de televisão analógica até 2016. Hoje a emissora alcança todo o país em TV por assinatura e antenas parabólicas. Possui, ainda, retransmissoras de TV aberta em sinal UHF analógico em nove capitais – Brasília, Rio Branco, Manaus, Fortaleza, João Pessoa, Natal, Recife, Salvador, Cuiabá e na Zona Norte do Rio de Janeiro. A emissora tem a sua geradora digital em Brasília e desde março transmite, ao mesmo tempo, quatro canais de programação, sempre que há eventos simultâneos no Senado. Em Brasília, também é possível assistir à TV Senado no telefone celular ou em televisores móveis. Em São Paulo , a TV Senado faz uma emissão digital utilizando uma subcanalização (programação) e o transmissor cedidos pela TV Câmara.
Transparência e integração com a comunidade
Foi o senador José Sarney (PMDB-AP) quem, desde sua primeira presidência do Senado, criou todo o sistema de comunicação da Casa (TV, Rádio e Agência) para viabilizar o acompanhamento direto dos trabalhos dos senadores. O Senado Federal, desde o final dos anos 70, era a casa de menor prestígio do Congresso Nacional. Durante a Ditadura Militar, a presença dos senadores biônicos desprestigiou a instituição. Mas esse cenário mudou durante a década de 90, justamente por causa da decisão de Sarney de criar, com a ajuda do competente jornalista Fernando César Mesquita, a TV Senado, que passaria a ser referência para todas as demais TVs públicas que viriam. Com ela, a transmissão ao vivo das Sessões Plenárias e das reuniões das comissões abriu ao país uma realidade conhecida por poucos. Chefe da Secretaria de Comunicação da época, Fernando César Mesquita lembra: “divulgava menos de 1% dos fatos produzidos pelos senadores quando não se omitia ou distorcia os fatos. Agora, eles seriam acompanhados passo a passo no Senado”. Os jornalistas especialistas na cobertura da Casa foram os que mais chiaram, pois perderam o monopólio na tradução do que ocorria. Quer dizer, perderam o poder de manipular opiniões. No início, eram somente quinze horas no ar, transmitidas apenas para Brasília. Em maio de 1996, o sinal da TV Senado já estava em todo o Brasil pelo sistema de satélite digital. Antes de completar um ano, a TV Senado já transmitia sua programação durante vinte e quatro horas, inclusive nos finais de semana. Com a explosão de CPIs, os índices de audiência aumentaram e chegaram a superar o desempenho de diversas TVs comerciais. O povo começou a ver que o que os colunistas falavam não era bem uma verdade absoluta. Portanto, aquela idéia de Bob Fernandes de que "cerca de 12 jornalistas conduzem a opinião pública a respeito da política nacional" parece não se sustentar mais, em grande parte por causa da TV Senado.
Com informações do Blog do Senado
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