A formação profissional do século XXI impõe
rupturas ousadas e inovadoras no processo tradicional de ensino-aprendizagem
que permitam melhores níveis de empregabilidade. A sociedade do excesso tem um
excesso de pessoas similares, com semelhantes níveis educacionais e ideias, produzindo
coisas também parecidas. Ou seja, os iguais no que sabem são absolutamente
iguais no que não sabem. Esses profissionais “apenas similares” estão
inteiramente despreparados para se destacarem nesta sociedade do excesso.
Serão, apenas e sempre, atores secundários, figurantes e não protagonistas. Vivemos,
no entanto, a sociedade do conhecimento, a qual, em oposição direta à sociedade
do excesso, tem, entre outras características, a velocidade, a conectividade, a
intangibilidade e a inovação. Hoje, as mudanças são em tempo real e tudo está
conectado. Os valores intangíveis dependem de sensibilidade de percepção.
Inovação com qualidade é impositivo de sobrevivência. Então, o profissional do
século XXI, ético, proativo, empreendedor, flexível, senhor de seu destino e
não escravo de suas circunstâncias, depende de sua formação contínua. Depende
ainda mais da criatividade do que da informação, de estar sempre apto para o
desempenho de responsabilidades complexas e capacidade plena de expressão. Aprender
a aprender é a arte fundamental da vida. E, hoje, a aprendizagem não pode mais
ser tática, tem que ser estratégica. Compartilhada e não tutelada. Sistêmica e
não fragmentada. Os docentes, sempre imprescindíveis, têm novos papeis a
desempenhar, em ambientes em que a distância geográfica pode ser superada e as
ilimitadas possibilidades tecnológicas rompem barreiras. Nesta nova ordem, a
reestruturação de cursos superiores com o uso de técnicas inovadoras para
estimular a aprendizagem é absolutamente estratégica para estabelecer os
diferenciais de qualidade que permitam ao profissional deste século romper com
a sociedade do excesso. O “novo” aluno tem que ser e estar, como sempre; ouvir,
ver e acompanhar, como sempre; mas precisa interagir muito mais, ousar e inovar
muito mais, construir muito mais o seu conhecimento: ser ator e não plateia.
Ruy Chaves, Diretor de Integração do Grupo Estácio
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