Foi
com imensa alegria que o povo de Macapá acordou no dia 29 de outubro. Depois de
uma campanha marcada pela exposição de um programa democrático e popular e o
enfrentamento do crime organizado encastelado na máquina municipal, a vitória
da Coligação Unidade Popular representou um sopro de esperança de melhorias
dias para os excluídos de nossa cidade. Ao final do primeiro turno nossa
candidatura obteve a confiança de 28% do eleitorado.
Nosso adversário alcançou 40%. Para vencer no
segundo turno seria necessário sermos muito eficientes em uma engenharia
política que combinasse a busca de apoios à esquerda, mas que não colasse em
nossa candidatura o desgaste do governo estadual do PSB e, ao mesmo tempo,
neutralizasse e fracionasse uma provável coalizão conservadora em torno do
atual prefeito. Assim, no segundo turno tivemos a manifestação de apoio do
PCdoB e do seu candidato Evandro Milhomen.
Recebemos apoio do
candidato Davi Alcolumbre
(DEM), mesmo que isso não tenha significado o apoio de seu partido. Muitos
militantes do partido não sabem, mas a vice-prefeita atual é a presidente do
Diretório Municipal do DEM e manteve-se fiel ao candidato adversário, assim
como, o vereador reeleito deste partido. Não existiu apoio do PSDB. Sua direção
estadual está sob intervenção.
O único deputado estadual do PSDB (JK) e o
deputado federal Luis Carlos estavam
no palanque e na coordenação de campanha de Roberto Góes. A nossa candidatura
recebeu o apoio do ex-senador Papaléo e do presidente destituído do Diretório
Estadual Jorge Amanajás. Este último está se filiando ao PPS. Tivemos o
apoio do vereador eleito pelo PTB Lucas Barreto, mas não tivemos manifestação
formal do seu partido em apoio a nossa coligação. Na última semana tivemos o
apoio decisivo do PSB. Conforme já havíamos dito em nota anterior, não houve
compromisso de composição no futuro governo com nenhum dos partidos ou
segmentos partidários que conseguimos atrair para nossa candidatura neste
segundo turno. Os partidos conservadores não terão participação na composição
do futuro governo de unidade popular.
Admitimos que a nossa engenharia política pudesse
ter sido mais bem construída internamente ao partido, dialogando com nossas
instâncias nacionais e ouvindo ponderações, fato que gerou dúvidas sinceras e
também ataques desleais, alguns dos quais foram ostensivamente utilizados pelo
nosso adversário. Esclarecemos também que em momento de empolgação pelos apoios
recebidos de parte dos que naturalmente se alinhariam com nosso adversário
houve menção às eleições de 2014 que permitiu interpretação errada em nossa
militância de que haveria acordos futuros. Nosso partido não trabalha com
qualquer possibilidade de alinhamento com partidos conservadores nas futuras
eleições.
Pelo contrário, a vitória em Macapá nos consolidou
como um poderoso polo aglutinador da esquerda amapaense. Aproveitamos para
esclarecer que consideramos um erro ter declarado apoio ao candidato do PT em
rio branco sem ter antes conversado com nossa direção local. Esta postura foi
motivada pela necessidade de vencer o crime organizado naquele estado e pela
repercussão positiva que este gesto teria nos possíveis apoios do PT em Macapá
e em Belém. Tanto em nossas entrevistas para a imprensa, quanto no discurso da
festa da vitória, fizemos questão de reafirmar o caráter democrático e popular
do futuro governo do PSOL em Macapá.
A Frente unidade popular governará para toda a
cidade, mas terá seu foco de atenção na inversão das prioridades e na incorporação
participativa dos segmentos excluídos de nossa sociedade. Governaremos para os
mais pobres com apoio dos movimentos sociais e todos os setores honestos e
progressistas de nossa cidade. Queremos que nosso partido, não apenas por sua
representação local, seja partícipe da construção da primeira experiência de
governo do PSOL em uma capital. Por isso, convidamos a Executiva Nacional a
acompanhar o futuro governo de unidade popular, inclusive desde a transição e
composição do secretariado. Somos sabedores da enorme responsabilidade que pesa
sobre nossas costas. E nos esforçaremos para fortalecer o projeto partidário e
oferecer ao país um sopro de esperança em tempos de acomodação da esquerda
brasileira.
Macapá, 1º de novembro de 2012
Senador Randolfe
Rodrigues – PSOL/AP
Clécio Luis – prefeito eleito de Macapá e membro
da Executiva Nacional do PSOL
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