Alegando estarem insatisfeitos com os dados que
lhes chegaram às mãos, deputados estaduais foram a Brasilia tentar saber mais
sobre a real situação da CEA. Para eles não deu para engolir o projeto enviado
pelo Executivo que autoriza o Governo do Estado a fazer empréstimo de R$ 1
bilhão e 400 milhões junto ao BNDES para sanar as dividas da Companhia. É muito
dinheiro. O Amapá é um estado pequeno, carente, cheio de problemas, e ainda ter
que se endividar dessa forma é um risco do tamanho do mundo. Está parecendo
fácil demais resolver o problema desse jeito. Entendo diferente. É preciso
se aprofundar, discutir mais, trazer a sociedade civil para o debate. Melhor
seria se essa tão propalada divida de mais de R$ 1 bilhão fosse auditada por
uma empresa respeitada. É preciso se saber a fundo se esses valores estão
certos, se as taxas aplicadas estão corretas e se são justas. Mesmo que ao
final seja apurado todo esse valor, o Amapá não tem como suportar tamanho
endividamento. Um Estado onde a rede de saude, quase que totalmente sucateada
não funciona; um Estado que não atende sequer as necessidades mais básicas como
abastecimento de água e esgoto; onde se verifica deficiência em quase todos os
setores, não tem estrutura para suportar uma divida dessas. É necessário
peneirar mais. Por exemplo, responsabilizar aqueles que atuaram de forma
irresponsável na gestão da Companhia. É certo que isso não trará de volta os
recursos que por acaso tenham sido mal aplicados. O que me causa espécie é que
não vi nenhuma articulação para se encontrar uma solução politica para o problema.
Quantas outras situações mais graves se verificou neste país nos últimos 20
anos e sempre se encontrou uma saida politica? Na época do governo do Fernando
Henrique, quando ocorreu a quebradeira nos bancos, logo se criou o Proer, um
plano de recuperação de arrancou bilhões de reais do tesouro. No governo Lula
se perdoou a divida de paises até da Africa, se gastou os tubos com
socorro ao Haiti, e abriu mão da receita de outros bilhões de reais
através de renúncia fiscal quando a crise economica mundial bateu na nossa
porta. Agora no Governo Dilma não é diferente. Só neste ano o Brasil renunciou
a receita de R$ 45 bilhões para incentivar a industria e combater os efeitos da
crise. Tudo isso foi resultado de boas e bem feitas articulações politicas. Então,
por que não se movimentar e propor a entrega da CEA ao Governo Federal sem que
isso onere ainda mais o povo do Amapá? Com a palavra os politicos, do
governador, cujo partido faz parte da base do Governo Dilma, até a bancada
federal. Não deixem que essa bomba exploda na cabeça do nosso povo.
Olimpio Guarany, conhecido como Repórter da Amazônia,
apresenta o programa exibido de segunda a sexta, às 10h, canal 24, e às 14h30,
no canal 19.
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