No rastro de um impressionante aumento da frota nos
últimos 15 anos, os motociclistas se tornaram as maiores vítimas do trânsito
nacional (que leva mais de 40 mil vidas por ano), à frente dos atropelamentos e
das colisões de carros. E no interior, especialmente do Norte e do Nordeste do
país, problemas como a falta de fiscalização, a imprudência, a imperícia e as
más condições das estradas tornam a situação ainda mais grave. Este é o tema da
13ª edição da revista Em Discussão!, lançada
nesta quarta-feira (7), às 10h30, durante reunião da Comissão de Assuntos
Sociais (CAS), no Plenário nº 9 da Ala Senador Alexandre Costa. Em
Discussão!, editada pelo Jornal do Senado,
traz a cobertura completa da audiência pública de maio e do seminário de
setembro promovidos pela CAS sobre o tema Segurança no Trânsito – Motocicletas.
Para debater com os senadores, compareceram mais de 30 convidados, entre
especialistas de tráfego, sociólogos, representantes da indústria, dos
motociclistas profissionais e dos órgãos governamentais incumbidos de enfrentar
o problema. Buscar saídas para melhorar esse sinistro quadro é tarefa urgente,
afirmou a senadora Ana Amélia (PP-RS), quando coordenou os dois debates. A
revista mostra que o Legislativo tem importante papel a desempenhar, pois cabe
a ele, por exemplo, assegurar recursos para a educação no trânsito e formular
novas regras para melhorar a fiscalização e a segurança dos motociclistas.
Números de assustar
Ao longo de suas 80 páginas, Em Discussão! revela
para os leitores o avanço das motos na paisagem do trânsito nacional (já são 19
milhões delas nas ruas), em uma fenômeno claramente associado às recentes
transformações econômicas por que passou o país. De acordo com dados da
indústria, 85% dos compradores de motocicletas pertencem às classes C, D e E.
Elas oferecem, para um grande contingente de brasileiros, alternativa ao
usualmente precário transporte coletivo, quando não se transformam no meio de
sobrevivência (motoboys, mototaxistas e motofretistas são profissões
regulamentadas). Porém, as estatísticas econômicas não se comparam aos números
de uma tragédia social diária. O custo das mortes e feridos no trânsito, de
acordo com estimativas, soma anualmente mais de R$ 13 bilhões por ano. Se 26,7%
da frota são motocicletas, 65,3% das indenizações pagas pelo seguro DPVAT por
morte e invalidez se referem a acidentes envolvendo motocicletas. São três
indenizações por invalidez a cada minuto, em média. Em geral, os envolvidos têm
entre 18 e 34 anos (40%) e são homens (77%). O que demonstra a grave ameaça que
a tragédia do trânsito representa para o futuro do país.
Nenhum comentário:
Postar um comentário