terça-feira, 9 de novembro de 2010

Sarney ressalta trabalhos espiritual e social de Dom Eugênio Sales

Ao abrir cerimônia de homenagem aos 90 anos do cardeal Dom Eugênio Sales, o presidente do Senado Federal, José Sarney, disse nesta terça-feira (9) que o conheceu quando era arcebispo de Natal e que a sua marca já era a forte preocupação social, que não abandonaria ao longo de sua vida de serviço à Igreja.
- Removido em 1964 para Salvador, feito arcebispo de Salvador em 1968, feito cardeal em 1969 e, finalmente, em 1971, transferido para a Arquidiocese do Rio de Janeiro, tornou-se uma presença central na Igreja brasileira e uma figura importante no Colégio de Cardeais e na Santa Sé, onde foi membro de 11 Congregações - assinalou.
Sarney lembrou que D. Eugênio foi um dos criadores das Comunidades Eclesiais de Base, mas também foi um crítico de seu engajamento político. Ele explicou que as Comunidades Eclesiais de Base eram um trabalho com lideranças leigas para, sob a coordenação de um líder especialmente formado, cultivar a vida cristã através da oração, do culto dominical, da leitura da Bíblia, da reflexão, do apoio mútuo e da solidariedade.
O presidente também salientou o pioneirismo, em 1958, de D. Eugênio na experiência de escolas radiofônicas para a alfabetização e formação das comunidades, que em 1961 se transformou no Movimento de Educação de Base (MEB), através de um convênio realizado entre a Presidência da República e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Além disso, o cardeal foi pioneiro ao entregar paróquias à direção de freiras e foi um dos fundadores da Campanha da Fraternidade.
- Corajosamente, tomou a frente da acolhida a refugiados políticos latino-americanos, abrigando-os mesmo no Palácio São Joaquim, sede episcopal. Ajudava-os até obter para eles asilo político. Foi sempre firme na defesa dos direitos humanos, onde sua posição de absoluta isenção política lhe dava autoridade - afirmou.
Sarney ainda acrescentou que, no Rio de Janeiro, D. Eugênio formou uma equipe com Maria Cristina Noronha de Sá e outros beneméritos para levar adiante o Banco da Providência, a Pastoral Carcerária e o Núcleo de Formação de Líderes do Sumaré e programas para atendimento a portadores do vírus da Aids.
- Por uma deferência especial do Papa João Paulo II, de quem foi grande amigo, foi autorizado a permanecer à frente da Arquidiocese do Rio de Janeiro até os 80 anos. Dom Eugênio, aos 90 anos, completa 67 de sacerdócio, 56 de episcopado e 41 de cardinalato - concluiu.

Ricardo Icassatti / Agência Senado

Leia o pronunciamento na íntegra, clicando aqui

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