Por Sizan Luis Esberci
“Alex, aperta isso, por gentileza. Vai conversar com o secretário. Manda um servidor do DNIT para o Amapá”. A afirmação gentil, mas dura, revelava o descontentamento do ministro dos Transportes Paulo Sérgio Oliveira Passos com a situação da BR 156 no Amapá. Foi dita durante a audiência ao governador eleito Camilo Capiberibe e ao deputado federal Sebastião Bala Rocha (PDT) nesta quarta, 24. O ministro estava ao telefone com o Coordenador Geral de Manutenção e Restauração Rodoviária do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – DNIT Alex Peres Mendes Ferreira. Acabara de confirmar com os técnicos do Ministério que os recursos colocados à disposição do Governo do Estado do Amapá para obras de recuperação da BR 156 não estavam sendo executados. A mesma informação que deixara insatisfeito, terça, 23, o diretor geral do DNIT Luiz Antônio Pagot, para quem “as estradas no Amapá não estão bem e isso repercute [mal] até na imagem do DNIT”. As obras de recuperação de 409 quilômetros da BR 156 foram delegadas ao Governo do Amapá, junto com R$ 51,2 milhões do Ministério dos Transportes, mas nenhum centavo foi aplicado até agora. A Secretaria de Transportes – SETRAP alega que é exigida a contratação de uma empresa para a supervisão da obra, mas o convênio não previu recursos financeiros para esse fim, por isso, já segundo informação do DNIT, o Governo do Estado sequer publicou os contratos. “Supervisão não é problema. Coloca pessoal do próprio órgão”, rebateu o ministro, que mostrou descontentamento ao saber que as chuvas estão se intensificando e a rodovia não foi recuperada, apesar do dinheiro estar disponível. Pouco antes, o governador eleito havia revelado que sua “preocupação é que não foi feito [o trabalho de recuperação] e não queremos que o Oiapoque fique isolado”. O protesto contra a má situação da BR 156 durante o qual foi queimada a ponte próxima a Oiapoque, dia 13 passado, foi lembrado durante a audiência. Três novos trechos da rodovia, entre Calçoene e Oiapoque foram contratados recentemente pelo montante de R$ 266 milhões. Os recursos são do DNIT repassados ao Governo do Amapá. As obras serão executadas pelas empreiteiras CR Almeida, Egesa e JMterraplenagem e Construções, que têm dois anos para concluírem as obras.
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