
O homem que definiu fronteiras e "inventou" a diplomacia brasileira
O Brasil deve ao diplomata Alexandre de Gusmão mais de 60% do seu território, o que inclusive tornou a Amazônia brasileira, com sua incorporação definitiva. Visando uma aproximação com a casa legislativa e um resgate da história nacional, o presidente da Fundação Alexandre Gusmão, embaixador Jerônimo Moscardo, doou na tarde de hoje à Presidência do Senado um busto em bronze do diplomata pioneiro. Enquanto o Barão do Rio Branco é considerado o "pai", cabe a Gusmão o título de "avô" da diplomacia brasileira, por seu papel fundamental na definição das fronteiras do país. Foi sua habilidade diplomática que rendeu ao Brasil, em 1750, a assinatura do Tratado de Madrid, entre Espanha e Portugal, para definir os limites de suas colônias sul-americanas. Substituindo o Tratado de Tordesilhas, adotava o princípio da ocupação efetiva. Foi assim que o Brasil triplicou seu território, incorporando partes do atual Sudeste, Sul, Centro-Oeste e Norte do país. Apesar de o Tratado de Madrid ter sido revogado 20 anos depois, o princípio da ocupação efetiva foi mantido em todas as negociações territoriais do Brasil, constituindo a base da doutrina de fronteiras do país. Nascido em Santos, São Paulo, Alexandre de Gusmão (1695-1753) foi para Portugal, ainda adolescente, matriculando-se em Coimbra. Sua vida diplomática inicia-se precocemente. Antes de alcançar os 20 anos, é indicado como secretário do embaixador português na corte de Luís XIV. Daí em diante, percorreu os principais espaços da política e da cultura européia do século XVIII.O embaixador Moscardo fez questão de apontar grande identidade entre o atual presidente do Senado, José Sarney, e Alexandre Gusmão, lembrando que, na Presidência da República, Sarney conseguiu acabar com a hostilidade nutrida entre a Argentina e o Brasil. Com isso, e em parceria com Raul Alfonsín, então presidente da Argentina, conseguiu reaproximar os dois países, abrindo caminho para a criação do Mercosul. "Ambos modificaram a geometria do espaço sul americano", enfatizou Moscardo, acrescentado que além do presente ao Senado, o busto era também uma homenagem a Sarney.O busto em bronze de Gusmão é uma das três réplicas existentes hoje no Brasil. Uma delas está no Ministério das Relações Exteriores, outra na Academia Brasileira de Letras e a terceira, agora, no Senado.
Secretaria de Imprensa da Presidência do Senado
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