A Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e
Fiscalização e Controle (CMA) aprovou nesta terça-feira (6) projeto
substitutivo que tem por objetivo livrar de contingenciamento os recursos do
Orçamento da União destinados às regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste. Pelo
texto, mesma garantia deverá ainda ser estendida aos recursos para meio ambiente
e segurança pública, incluindo, nesse caso, a valer para verbas reservadas a
qualquer região do país. O texto consolida sugestões de três diferentes
projetos, todos de lei complementar, que tramitam em conjunto: os PLS 150/2005,
do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), que trata dos recursos para as três regiões
menos desenvolvidas; o PLS 21/2011,
do mesmo senador, em referência aos recursos para a segurança pública; e o PLS
21/2011, da senadora Lídice da Mata (PSB-BA), para as verbas para o meio
ambiente. O contingenciamento suspende o empenho e a movimentação financeira de
recursos reservados no Orçamento para projetos e atividades que não sejam
gastos obrigatórios. O governo normalmente lança mão dessa alternativa para
garantir superávit para cumprir os compromissos com o pagamento dos juros da
dívida. Quem sugeriu o substitutivo para fundir os três projetos foi o relator
das matérias, senador Tomás Correia (PMDB-RO). Normalmente, propostas com a
finalidade de proteger da incidência de contingenciamento verbas orçamentárias
acabam esbarrando contra o interesse do governo, que mobiliza líderes e a base
de apoio para impedir que avancem. Opositores afinados com a tese do equilíbrio
orçamentário também costumam negar apoio a esse tipo de sugestão. Não por acaso
os três projetos já havia sido rejeitados pela Comissão de Desenvolvimento
Regional e Turismo (CDR), onde foram examinados antes, também em conjunto.
Conforme Tomás Correia, prevaleceu o entendimento de que “exceções casuísticas”
ao contingenciamento cria “precedente perigoso” que pode aumentar a rigidez
orçamentária (impedir movimento de ajustes nos gastos pelo governo) e “sabotar”
a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). - A responsabilidade fiscal, em nossa
opinião, tem muito mais a ver com o cumprimento do Orçamento do que com seu
descumprimento. A prática abusiva do contingenciamento tende a descaracterizar
o Orçamento, o que atinge de certa maneira a autoridade do Poder Legislativo,
que o analisou e o aprovou – contrapôs o relator. Os projetos serão agora
apreciados pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), antes do exame final, em
Plenário.
Agência Senado
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