...que se apega a liminar do STF
Documento de petista será apresentado amanhã e tem
governador de Goiás como um dos personagens principais; advogados de tucano
afirmam que liminar concedida ontem por Marco Aurélio Mello barra acusação
formal, mas ministro diz que não
Eugênia Lopes , Ricardo Brito / O Estado de S.Paulo
Eugênia Lopes , Ricardo Brito / O Estado de S.Paulo
O relatório da CPI do Cachoeira deve ser apresentado amanhã com pedido de
indiciamento do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Incentivada pelo
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e criada há mais de seis meses com o
apoio dos partidos da base aliada, a Comissão Parlamentar de Inquérito deverá
poupar a Delta Construções, empreiteira cujos diretores estavam ligados ao
esquema de fraudes em licitações do contraventor Carlos Augusto Ramos. Também
serão indiciados o prefeito de Palmas, Raul Filho (PT), e o deputado Carlos
Alberto Leréia (PSDB-GO). Perillo ainda tenta evitar ser acusado formalmente pela CPI. Ontem, obteve uma
decisão do Supremo Tribunal Federal que, nas palavras de seus advogados,
impediria que o indiciamento ocorresse. A liminar foi dada pelo ministro Marco
Aurélio Mello. O relator da CPI, Odair Cunha (PT-MG), chegou a pedir um parecer
para respaldar sua decisão de fazer o indiciamento. No mandado de segurança, os
advogados de Perillo pedem a concessão da liminar para determinar à CPI que
"se abstenha de o convocar, conduzir, investigar ou indiciar". No
mérito do recurso, a defesa pede a confirmação da decisão liminar.
(...)
No documento final, a CPI não avança na investigação das movimentações financeiras suspeitas feitas pela Delta Construções com mais de duas centenas de empresas. Contrário à ampliação das investigações sobre a construtora carioca, Cunha deverá sugerir a abertura de uma nova comissão de inquérito para apurar o rastro de eventuais ilegalidades cometidas pela empreiteira em todo o País. Cunha também pretende apontar no relatório as 37 empresas que têm ligação com o esquema de Cachoeira. A comissão averiguou que pelo menos 21 empresas serviram à organização criminosa. Dessas, cinco são com certeza fantasmas: Alberto e Pantoja, Adécio e Rafael, Brava Construções, JR Prestadora de Serviços, Construtora Veloso e Conceição. Antes mesmo de conhecer o teor do relatório, os parlamentares do chamado bloco "independente" da CPI - integrado na maior parte por políticos de oposição - avisaram que vão apresentar um relatório paralelo. Integrado pelos senadores Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e Pedro Taques (PDT-MT) e pelos deputados Rubens Bueno (PPS-SP) e Onyx Lorenzoni (DEM-RS), o bloco também anunciou que vai ingressar na Procuradoria-Geral da República com uma representação pedindo o aprofundamento da investigação das relações de Cachoeira com agentes públicos fora do Estado de Goiás.
(...)
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