Parlamentares do governo e da oposição discordam sobre números do projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA – PLN 13/14) de 2015, entregue na manhã do último dia 28 ao Congresso Nacional. Na LOA, a projeção do Executivo para a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deve chegar a 5% em 2015, e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) é estimado em 3% – mesmos índices previstos na LDO 2015 (PLN 3/14).
Arquivo/Gabriela Korossy
Para Amauri Teixeira, índices econômicos tendem a melhorar neste semestre e no ano que vem.
No dia seguinte (29), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a economia brasileira, medida pelo PIB, encolheu 0,6% no 2º trimestre deste ano em relação aos três meses anteriores. Além disso, os resultados do 1º trimestre foram revisados: de crescimento de 0,2% para queda de 0,2%, o que colocou o País em "recessão técnica", quando há dois trimestres seguidos de crescimento negativo.
Repercussão
Para o vice-líder do PT, deputado Amauri Teixeira (BA), os números tendem a melhorar neste segundo semestre e continuar assim em 2015. “A inflação vem caindo sucessivamente, pela terceira vez nas últimas avaliações. Esse momento de tensão com inflação fora do limite da meta já passou”, afirmou. Já o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), disse que os fundamentos econômicos brasileiros estão desorganizados e os números apresentados pelo governo para 2015 não refletem a realidade. “Acreditar no ministro da Fazenda [Guido Mantega] é algo que já virou chacota nacional, porque ele sempre apresenta um número e esse dado está muito aquém quando cai na realidade.”
Adversidades
Em entrevista coletiva concedida no Ministério do Planejamento após a apresentação da proposta orçamentária para 2015, Guido Mantega declarou que as condições econômicas do País para o próximo ano serão melhores do que as de 2014.
Arquivo/ Alexandra Martins
Já Rubens Bueno acredita que projeções do governo não refletem a realidade.
Segundo Mantega, situações adversas neste primeiro semestre, como a seca, que causou pressão inflacionária sobre os alimentos, e a Copa do Mundo, que diminuiu o número de dias úteis em junho e julho, resultando em menos consumo e produção, foram responsáveis pela redução da atividade econômica.
Tarifas públicas
O deputado Alex Canziani (PTB-PR), mesmo sendo vice-líder do governo, reconhece que 2015 será um ano difícil para quem estiver à frente do Executivo nacional. “O ano que vem, independente de quem seja o presidente da República, vai ser um ano mais difícil do que os anteriores, inclusive em função de que haverá necessidade de reajustes das tarifas públicas”, comentou. Analistas econômicos sustentam que o Planalto tem represado reajustes na tarifa de luz e nos combustíveis – o aumento sairia só em 2015.
A proposta da LOA será examinada inicialmente pela Comissão Mista de Orçamento. O relator do texto é o senador Romero Jucá (PMDB-RR).
Íntegra da proposta:
Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Marcelo Oliveira
Edição – Marcelo Oliveira
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