O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) afirmou, em discurso nesta quinta-feira (18), que o país deve investir nas comunicações, e colocá-las, assim, a serviço do desenvolvimento soberano do país.
- No século 21 não é possível uma nação se colocar soberanamente no mundo se não tiver uma rede de informação estatal, se não tiver o aperfeiçoamento do tratamento de informações reservadas, se não tiver uma ágil rede de comunicações.
Randolfe mencionou os recém-divulgados dados do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) sobre a economia brasileira, que trazem números positivos, mas evidenciam que as exportações ainda estão muito concentradas em produtos primários.
Para mudar essa situação, continuou, é indispensável que o governo tome a iniciativa de enfrentar a crise econômica com o intuito de fortalecer o Brasil em contexto mundial, investindo, para isso, na Telebras, para que ela leve adiante o Plano Nacional de Banda Larga e ofereça internet a todos os brasileiros, no caminho de "protagonismo do Estado".
- Não podemos cumprir um papel na ordem econômica mundial que se está desenhando, como já foi dito anteriormente, inclusive em feliz artigo, pelo economista Delfim Netto, para ser, na nova ordem mundial do trabalho e do capital, um mero exportador de matéria-prima, um mero exportador de commodity - alertou.
Os estudos mencionados pelo senador demonstram que a oferta de banda larga impacta diretamente no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). A cada 10% de aumento de penetração de acesso à internet, há 1,4% de aumento do PIB. Ter internet banda larga com qualidade e baixo custo significa inserir as empresas na ponta da inovação e garantir aos brasileiros um direito fundamental, acesso à tecnologia da informação, afirmou. Para Randolfe, ter direito à internet rápida e barata é semelhante ao direito a saúde, educação e saneamento.
Mas para obter tudo isso, opinou, o Brasil precisa voltar a investir na Telebras como instrumento de políticas públicas e regulação econômica do setor, como promotora de franca competição e atendimento às necessidades das diversas localidades em que a empresa tem condições de atuar.
Quanto à telefonia, o senador lamentou a má qualidade dos serviços e os altos preços praticados no país.
- Das 70 economias mais emergentes do mundo, a nossa tem a conta média de telefonia celular mais cara. Em média, nós pagamos US$ 28. Na Índia, para se ter uma idéia, se pagam US$ 5, em média, pela tarifa de telefonia celular. Na China, nem se chega a esse preço - informou.
Além disso, deve investir também em satélites, pois o Brasil abriu mão dessa tecnologia da década de 1990, com as privatizações, salientou.
Da Redação / Agência Senado
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