quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Senadores apontam abandono de cidades em área fronteiriça

Além de problemas como o narcotráfico, algumas regiões sofrem com a concorrência comercial do outro lado da fronteira, alerta Valdir Raupp durante audiência pública

A aparente estagnação de cidades brasileiras de fronteira, em contraste com o dinamismo de cidades gêmeas localizadas em países vizinhos, foi apontada como exemplo de abandono pelo governo das amplas ­regiões fronteiriças. A observação é de senadores que participaram ontem de audiência da Subcomissão Permanente da Amazônia e da Faixa de Fronteira.
Além de problemas como o narcotráfico, disse o senador Valdir Raupp (PMDB-RO), algumas regiões sofrem com a concorrência comercial do outro lado da fronteira. A cidade de Guajará-Mirim (RO) está "empobrecida", relatou, enquanto na boliviana Guayaramerín os brasileiros movimentam o comércio, em regime de free shop. Da mesma forma, prosseguiu, a cidade uruguaia de Rivera está mais "bonita e organizada" que a brasileira Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul.
A senadora Ana Amélia (PP-RS), que presidiu a audiência pública a respeito do tema "Desenvolvimento econômico e social na faixa de fronteira", insistiu na necessidade de se compatibilizarem as regras para o funcionamento de free shops em toda a América do Sul.
Coordenadora dos Programas Macrorregionais do Ministério da Integração Nacional, Cláudia Cybelle Freire disse aos senadores que tem recebido "muitas demandas" pela criação de zonas francas em cidades de fronteira, e alertou que a prioridade do governo é estimular a formação de arranjos ­produtivos locais.
Em resposta ao senador Blairo Maggi (PR-MT), que demonstrou preocupação com o uso de recursos da Suframa, a representante da Zona Franca de Manaus, Ana Maria Oliveira de Souza, informou que a superintendência foi ameaçada de corte de energia há poucos dias, por falta de pagamento. O orçamento da superintendência para 2012, disse ela, será de R$ 511 milhões, mas apenas R$ 125 milhões deverão ser efetivamente liberados, por causa do contingenciamento de recursos.
Também participou da audiência o gerente executivo de Gestão de Programas Governamentais do Banco da Amazônia, Oduval Lobato Neto.

Agência Senado

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