O PT já está preparando sua má-quina de guerra para
enfrentar o decisivo ano de 2014. O primeiro passo será dado essa semana em um
jantar dos caciques da sigla com o PMDB. A anfitriã será a presidente Dilma
Rousseff e o cardápio a renovação do bem sucedido consórcio de poder formado
pelos dois partidos. A conversa será pontuada pelas demandas de cada um na agenda de 2013: reforma
ministerial, eleição para o co-mando do Congresso e divisão de espaço nas
prefeituras. De sua parte, o PT e o Palácio do Planalto definiram o item mais
importante.O ex-presidente Lula não disputará à presidência e Dilma será
candidata à reeleição. A decisão acertada pelos dois parece óbvia, mas se trata
de uma definição que limpa o terreno de embates fratricidas. Não existe no
partido nenhum foco de resistência a essa tese. Nem mesmo as barulhentas
correntes da esquerda petista se opõem ao nome de Dilma. Em outra frente, o PT
trabalha para que a sucessão interna da legenda, que ocorre por meio de
eleições diretas massivas, não se transforme em um palco de guerra. O BRASIL
ECONÔMICO apurou que o ex-presidente trabalha para que a bem-sucedida aliança
entre os grupos majoritários petistas “Novo Rumo” e “Construindo um Novo
Brasil” seja repetida e reeleja Rui Falcão para um novo mandato em novembro de
2013. O próprio dirigente teria manifestado o interesse em continuar no comando
petista. O novo presidente da sigla assumirá em janeiro de 2014 e coordenará a campanha
presidencial. “Rui conduziu muito bem o partido nas eleições desse ano. Ele
procurou nacionalizar o PT. É um bom nome”, disse ao BRASIL ECONÔMICO o senador
Humberto Costa (PT-PE), membro do diretório nacional. Candidato a prefeito
derrotado no Recife, ele pontua que geralmente as correntes apresentam nomes
para a disputa interna, mas pondera. ‘O partido tem problemas localizados, mas está
nacionalmente unido. O sentimento é de unidade”. O principal foco de resistência a esse projeto é o grupo “Mensagem ao Partido”,
que comanda cerca de 20% da máquina do PT. As principais estrelas dessa
tendência são o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro e o ministro da
Justiça, José Eduardo Cardozo. O principal articulador dos “rebeldes” que
resistem ao nome de Rui Falcão é o presidente da Câmara dos Deputados, Marco
Maia (PT-RS). Ocorre que petistas de alta patente consideram que ele se queimou
com Dilma e Lula durante seu mandato como presidente da casa. Além do comando
partidário, o PT discute internamente a política de alianças da legenda para
2014. Como havia acontecido antes do pleito de 2010, duas teses estão em campo.
Uma, defendida pelo grupo majoritário, prega a reedição da aliança prioritária
com o PMDB. Isso significa a recondução de Michel Temer à vice-presidência, a
ampliação do espaço dos peemedebistas na Esplanada dos Ministérios e um pacto
de coabitação política no Congresso. Outra quer um palanque mais “à esquerda”, com o PSB na condição de aliado
prioritário. No jantar promovido por Dilma, dividirão a mesa os senadores
Valdir Raupp (presidente do PMDB), José Sarney (presidente do Senado) e Eduardo
Braga (líder do governo). Os deputados Jilmar Tatto (líder do PT), Arlindo
Chinaglia (líder do governo na Câmara). A presidente aproveitará a ocasião para
acabar com os rumores de sua reforma ministerial.
Nenhum comentário:
Postar um comentário