segunda-feira, 5 de novembro de 2012

PT chegou a consenso e já começa a trabalhar pela reeleição de Dilma

Com aval do ex-presidente Lula, o deputado Rui Falcão deve permanecer no comando do partido até 2018

Octávio Costa e Pedro Venceslau/ Brasil Econômico

O PT já está preparando sua má-quina de guerra para enfrentar o decisivo ano de 2014. O primeiro passo será dado essa semana em um jantar dos caciques da sigla com o PMDB. A anfitriã será a presidente Dilma Rousseff e o cardápio a renovação do bem sucedido consórcio de poder formado pelos dois partidos. A conversa será pontuada pelas demandas de cada um na agenda de 2013: reforma ministerial, eleição para o co-mando do Congresso e divisão de espaço nas prefeituras. De sua parte, o PT e o Palácio do Planalto definiram o item mais importante.O ex-presidente Lula não disputará à presidência e Dilma será candidata à reeleição. A decisão acertada pelos dois parece óbvia, mas se trata de uma definição que limpa o terreno de embates fratricidas. Não existe no partido nenhum foco de resistência a essa tese. Nem mesmo as barulhentas correntes da esquerda petista se opõem ao nome de Dilma. Em outra frente, o PT trabalha para que a sucessão interna da legenda, que ocorre por meio de eleições diretas massivas, não se transforme em um palco de guerra. O BRASIL ECONÔMICO apurou que o ex-presidente trabalha para que a bem-sucedida aliança entre os grupos majoritários petistas “Novo Rumo” e “Construindo um Novo Brasil” seja repetida e reeleja Rui Falcão para um novo mandato em novembro de 2013. O próprio dirigente teria manifestado o interesse em continuar no comando petista. O novo presidente da sigla assumirá em janeiro de 2014 e coordenará a campanha presidencial. “Rui conduziu muito bem o partido nas eleições desse ano. Ele procurou nacionalizar o PT. É um bom nome”, disse ao BRASIL ECONÔMICO o senador Humberto Costa (PT-PE), membro do diretório nacional. Candidato a prefeito derrotado no Recife, ele pontua que geralmente as correntes apresentam nomes para a disputa interna, mas pondera. ‘O partido tem problemas localizados, mas está nacionalmente unido. O sentimento é de unidade”. O principal foco de resistência a esse projeto é o grupo “Mensagem ao Partido”, que comanda cerca de 20% da máquina do PT. As principais estrelas dessa tendência são o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. O principal articulador dos “rebeldes” que resistem ao nome de Rui Falcão é o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS). Ocorre que petistas de alta patente consideram que ele se queimou com Dilma e Lula durante seu mandato como presidente da casa. Além do comando partidário, o PT discute internamente a política de alianças da legenda para 2014. Como havia acontecido antes do pleito de 2010, duas teses estão em campo. Uma, defendida pelo grupo majoritário, prega a reedição da aliança prioritária com o PMDB. Isso significa a recondução de Michel Temer à vice-presidência, a ampliação do espaço dos peemedebistas na Esplanada dos Ministérios e um pacto de coabitação política no Congresso. Outra quer um palanque mais “à esquerda”, com o PSB na condição de aliado prioritário. No jantar promovido por Dilma, dividirão a mesa os senadores Valdir Raupp (presidente do PMDB), José Sarney (presidente do Senado) e Eduardo Braga (líder do governo). Os deputados Jilmar Tatto (líder do PT), Arlindo Chinaglia (líder do governo na Câmara). A presidente aproveitará a ocasião para acabar com os rumores de sua reforma ministerial.

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