André
Shalders
Idade,
problemas de saúde, frustração com a política e a vontade de cuidar de negócios
anteriores à vida pública. Essas são algumas das razões alegadas por
congressistas que, mesmo contando com a fidelidade do eleitorado nos estados de
origem, não tentarão voltar a Brasília para uma nova legislatura. Ao todo, 12
senadores e 37 deputados federais descartaram tentar a reeleição nem concorrerão
a outros cargos fora do parlamento. Além do senador e ex-presidente da
República José Sarney, a leva inclui outros parlamentares com extensa
trajetória na vida pública, como os senadores Epitácio Cafeteira (PTB-MA) e
Casildo Maldaner (PMDB), ambos ex-governadores. Na Câmara, Inocêncio Oliveira
(PR-PE), que chegou a presidir a Casa, vai pendurar as chuteiras este ano, após
40 anos consecutivos como deputado federal.
“Em 31 de janeiro, vou completar 85 anos de idade e 65 anos de vida
pública. Comecei na política aos 20 anos, no movimento estudantil da época, e,
desde então, não passei um único dia sem mandato. Tem sido uma luta árdua”,
admite o senador gaúcho Pedro Simon (PMDB-RS). “Cheguei à triste conclusão de
que não conseguirei produzir mais nada de novo na política e no parlamento. Ou fazemos
uma mudança radical ou então iremos de mal a pior, sob todos os aspectos”,
disse. Segundo assessores, a pressão da família e problemas de saúde também
pesaram na decisão. A partir de 2015, o parlamentar pretende viajar pelo país
dando palestras a universitários sobre o valor da política e da cidadania. “É
claro que sentirei saudades da tribuna”, reconheceu ele. Outros, como o
deputado Gabriel Chalita (PMDB-SP), pretendem voltar à vida anterior. “Vou
cuidar dos meus livros agora e da carreira de educador”, declarou Chalita,
recentemente. Muitos dos parlamentares ouvidos pelo Correio, no entanto, fazem
questão de ressaltar que o afastamento dos cargos eletivos não significa deixar
a política. Alguns deles atuarão em campanhas de correligionários e na defesa
dos presidenciáveis apoiados por seus partidos, como os deputados federais
paranaenses Dr. Rosinha (PT) e Aberlardo Lupion (DEM). Os dois integram a
coordenação das campanhas de Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB),
respectivamente, estado.
Correio
Braziliense
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