A
ministra do Planejamento, Miriam Belchior, pediu nesta terça-feira (3/6) que o
Congresso Nacional tenha agilidade para aprovar o reajuste de 15,8% a agentes,
escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal. Em entrevista exclusiva à
Agência Brasil, ela destacou que o aumento precisa ser aprovado ainda no
primeiro semestre para evitar as restrições da Lei Eleitoral, que impede a
concessão de reajustes salariais a servidores públicos no período de campanha. Na
segunda-feira (2/6), o governo encaminhou projeto de lei ao Congresso para
alterar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Atualmente, a LDO só valida
aumentos para servidores caso o projeto de lei com o reajuste tenha sido
enviado até 24 de dezembro do ano anterior. Após a aprovação do projeto, a
presidenta Dilma Rousseff ainda precisará editar medida provisória com o
aumento. Segundo a ministra, a expectativa é que o projeto de alteração da LDO
seja aprovado até o fim da semana na Comissão Mista de Orçamento (CMO). “A
partir daí, o Plenário do Congresso [em sessão conjunta da Câmara dos Deputados
e do Senado] terá de aprovar o projeto. Peço aos congressistas sensibilidade e
agilidade para votarem a proposta e garantirem o reajuste”, declarou. Com o fechamento do acordo, destacou a
ministra, 100% das categorias do funcionalismo público aceitaram a proposta
apresentada em 2012. Na ocasião, o
governo ofereceu reajuste de 15,8% parcelado em três anos. “Na época, 94% das
categorias aceitaram o reajuste. Até os delegados da Polícia Federal tinham
concordado com o aumento escalonado, mas os agentes, os escrivães e os
papiloscopistas eram os únicos que resistiam até agora. Ontem, eles felizmente
aceitaram nossa proposta”, destacou a ministra. De acordo com Miriam Belchior,
o fato de apenas uma categoria não ter aceitado o acordo permitiu que o governo
abrisse a exceção na LDO. “Oferecemos a eles o que tínhamos oferecido a todo
mundo. Era o máximo que o governo podia conceder”, justificou. Desde o início
do ano, os policiais federais ameaçavam entrar em greve durante a Copa do
Mundo. Os agentes, os papiloscopistas e os escrivães alegavam que estão com o
salário congelado há cinco anos e acumulavam perda de 45% no poder aquisitivo.
Em audiência na CMO no fim de abril, a ministra do Planejamento havia dito que
o prazo para chegar a um acordo estava acabando e, caso a categoria não aceitasse
a proposta, o governo só reabriria as discussões em 2015 por causa da
legislação eleitoral.
Nenhum comentário:
Postar um comentário