Carta enviada à Isto É e não publicada Caro Diretor de Redação, Se os jornalistas da Isto É tivessem tido o trabalho de ler o discurso do senador Sarney, feito no Dia Internacional da Democracia, em 15 de setembro, certamente teriam evitado o erro de informação e a enganosa acusação de que o presidente do Senado teria adotado postura contrária à liberdade de expressão. Causa espanto a distorção sem pudores das palavras do senador e as acusações levianas de que representariam um ataque à democracia, segundo a versão conspiratória criada pela matéria “ A imprensa sob Ameaça”, na edição de 23 de setembro. Aliás, os autores da matéria não teriam incorrido em erro se tivessem consultado a própria IstoÉ, edição de 3 de maio, que, pela primeira vez, entrevistou o presidente sobre o tema. Está lá registrado o pensamento do senador: "A grande crise é da democracia representativa. O que representa melhor a sociedade é a imprensa, as ONGs ou o Parlamento? Esse conflito veio para ficar. E há uma tendência na sociedade a favor da democracia direta. O Parlamento perdeu sua sacralidade. A instituição está ameaçada por mecanismos de democracia direta, até mesmo pela internet. Não se sabe o que fazer. O Congresso ficou mais vulnerável. É visto como uma repartição pública e os parlamentares como funcionários públicos." Essa tese não é pessoal, como o senador disse e reafirmou, mas sim a que predomina no debate que ocorre nas principais democracias do mundo. Ao pinçar uma frase do discurso do senador Sarney e distorcer seu conteúdo, a revista causa um desserviço aos seus leitores e demonstra o quanto está desatualizada e distante de uma discussão fundamental, tratada frequentemente pelos principais jornais do mundo. No dia 15 de setembro, por exemplo, o Le Monde tratou do conflito exposto pelo presidente Sarney na matéria "O caso Hortefeux coloca a internet no banco dos acusados". Ainda em 2003, a ONU organizou um congresso sobre a sociedade da informação, em Bilbao, no qual um dos painéis era sobre os desafios da democracia representativa. O presidente Sarney foi convidado e participou dos debates.
ATOS SECRETOS - Veja o relatório final sobre os atos secretos elaborado pela comissão especialmente criada pelo presidente Sarney para investigar o caso. Íntegra do Relatório
Assessoria de Imprensa da Presidência do Senado Federal
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