quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Deputados cobram participação da indústria nacional no pré-sal


Brizza Cavalcante
Representantes da indústria apresentaram reivindicações, mas foram criticados por não apresentarem propostas concretas.

Deputados da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio cobraram, nesta quarta-feira (25), uma postura mais ativa da indústria nacional para garantir uma participação maior de componentes nacionais na cadeia industrial do pré-sal.

Durante audiência pública com representantes do governo e do setor produtivo, os empresários reclamaram da carga tributária e dos subsídios concedidos aos concorrentes estrangeiros, mas não convenceram alguns integrantes da comissão.

O deputado Jurandil Juarez (PMDB-AP) acusou a iniciativa privada “de nunca se apresentar no momento adequado”. “Não sei se por timidez, no momento em que temos uma situação tão peculiar e importante para o desenvolvimento do País, infelizmente ouvimos mais chororô do que propostas”, disse o deputado do Amapá.

A declaração foi uma resposta à argumentação do presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Equipamentos para a Indústria Naval e de Offshore, ligada à Abimaq, Cesar Prata. Para ele, a indústria precisa ser “prestigiada” para que possa competir no mesmo nível que seus concorrentes estrangeiros. “Tudo o que se fabrica no Brasil tem o dobro do custo em comparação com os outros países”, comparou.

Indústria naval
Segundo um levantamento apresentado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), os setores considerados menos competitivos na produção nacional estão concentrados na indústria de transformação relacionada aos componentes da indústria naval, as chamadas navipeças. Nesse caso, faltaria ao País capacidade de produzir compressores, motores a gás e a diesel de grande porte e turbinas a gás.

“Tem alguns segmentos que o Brasil não produz nem vai produzir de jeito nenhum, como alguns na área de instrumentalização, porque são produtos com domínio totalmente internacional, cercado de patentes, e que dificilmente faria sentido produzir aqui”, disse a diretora da Agência Brasileira de Desenvolvimento Econômico e Social (do Ministério da Indústria e Comércio Exterior), Maria Luísa Leal.

Para ela, as soluções passam pela elaboração de joint ventures tecnológicas, atração de indústrias para o Brasil ou continuar importando alguns produtos. “O importante é que tentemos produzir ao máximo internamente e agregar valor à produção”, resumiu.

O deputado Edmilson Valentim (PCdoB-RJ), presidente da comissão e autor do requerimento para a realização da audiência pública, defendeu medidas tributárias que fortaleçam a indústria nacional na exploração do pré-sal. “Devemos discutir essas questões tributárias, os regimes especiais e trabalhar a legislação para garantir isonomia tributária”, disse.

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Reportagem – Rodrigo Bittar
Edição – Newton Araújo

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