quarta-feira, 25 de novembro de 2009

China traz propostas para ampliar ainda mais a parceria comercial com o Brasil

A convite do presidente Sarney, Jia Qinglin, presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), chega nesta quinta-feira (26/11) a Brasília, para estudar oportunidades de investimento no Brasil. A visita oficial, com duração prevista até 30 de novembro, acontece em um momento em que a China - desde abril último - tornou-se o principal parceiro comercial do Brasil no mundo, posição até então ocupada pelos EUA. Jia Qinglin é um dos mais destacados membros do Partido Comunista Chinês (o quarto na hierarquia do governo) e preside, desde 2002, um organismo consultivo político, o equivalente ao Senado no parlamento brasileiro. Qinglin fará palestra para os senadores, às 11h30, no auditório Petrônio Portela, sobre "Relações China e América Latina: aprofundando os laços de cooperação para um futuro melhor". As perspectivas de crescimento dos fluxos comerciais entre o Brasil e a China são muito promissoras. Para o Brasil, talvez a questão mais premente seja buscar nichos de ampliação e diversificação das exportações, tanto nos setores em que já tem forte presença - como o agrícola - quanto em setores industriais, onde a competitividade chinesa tende a ser, de maneira geral, bastante elevada. O Brasil tem investido mais na China do que os chineses no Brasil. De acordo com dados do Ministério do Comercio Chinês (Mofcom), até o final de 2008, o Brasil já havia estabelecido cerca de 450 joint ventures e investido mais de US$ 300 milhões na China. Nesse mesmo período, a China havia estabelecido 94 "joint ventures" no Brasil e investido US$ 180,79 milhões.

O que é o CCPPC

A criação da CCPPC antecede mesmo a criação da República Popular da China (RPC). Durante negociações entre o PCC e o Kuomintang em 1945, os dois partidos concordaram em convocar uma reunião multipartidária acerca das reformas políticas do pós-guerra, na forma de uma Conferência Consultiva Política. Após tomar o controle de maior parte da China continental, em 1949 o PCC organizou uma conferência histórica, convidando representantes de partidos aliados para debaterem a criação de um novo Estado. Essa reunião, que recebeu então o nome de Conferência Consultiva Política do Povo, aprovou o Programa Comum - que serviria de Constituição de fato pelos cinco anos seguintes - o hino nacional, a bandeira, a capital e o nome do novo Estado, além de eleger o primeiro governo da República Popular da China (RPC). Na prática, a primeira CCPPC funcionou como uma assembléia constituinte. Atualmente, apesar de o CCCP não estar expressamente previsto na Constituição da RPC, há propostas para sua formalização na Carta Magna.

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