quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Urnas eletrônicas para 2010

Terminam os testes de segurança sem violações ao sistema

Os testes de segurança nas urnas eletrônicas e componentes do sistema eletrônico de votação que serão utilizados nas eleições de 2010 chegaram ao fim na sexta-feira, dia 13, sem que nenhum dos investigadores tenha conseguido violar o sistema. De acordo com o secretário de Tecnologia da Informação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Giuseppe Janino, essa é uma evidência de que o eleitor pode ficar totalmente tranqüilo na hora de votar.Os últimos testes realizados foram de técnicos da Procuradoria Geral da República (PGR), especialista do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e de um perito da Polícia Federal (PF). O perito da PF, Tiago Cavalcanti, explicou que a tentativa de sua equipe foi no sentido de executar códigos que permitissem alterar os programas de votação que vai para a urna.“Existe uma máquina geradora de mídias que vai criar os cartões de memória que vão alimentar as urnas com bases de leitoras e com os programas, a idéia era, nesse ponto de origem, tentar alterar o código que vai para as urnas, antes do voto do eleitor”, afirmou Cavalcanti ao dizer que não alcançou sucesso porque a máquina geradora de mídias é protegida por um sistema que impede usuários não autorizados, e até mesmo usuários autorizados, de executarem programas não permitidos.Ele lembrou ainda que o sistema de informática é só um dos pontos de segurança do processo eleitoral. “Mesmo que eu conseguisse executar um programa que mudasse toda votação a meu favor, essas mídias ainda poderiam ser auditadas. Todo o procedimento envolve vários pontos de auditoria que permitem aos partidos e a outros cidadãos verificar que os programas que estão indo pra urna são os programas reais, aqueles que deveriam ir”, disse.Ele elogiou, por fim, a iniciativa do TSE de abrir os sistemas para os testes, pois em sua opinião, “a segurança por esconder nunca é a melhor segurança”. Para o investigador, “a segurança por transparência é sempre o melhor caminho”.

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    Boletim de urna

    Já o representante do TST, Carlos Eduardo Negrão, informou que o seu teste tentou alterar o boletim de urna, que é a parte impressa de comprovação do voto. “Consegui com algum sucesso imprimir um boletim que nós tínhamos preparado, agora o problema é que na hora de cortar, o papel não sai do mesmo tamanho”, disse ao explicar que a tentativa de burlar o procedimento não saiu perfeita.Uma das melhorias sugeridas por ele é quanto ao lado do papel colocado na impressora, pois de um lado ele imprime, mas do outro não. Na hipótese de o TSE realizar novos testes para outras eleições, a sugestão de Negrão é para que os investigadores possam trazer seus equipamentos. “Seria melhor do que instalar aqui. Fica aí uma sugestão para o TSE”, afirmou.Sistema operacionalOs representantes da PGR foram os últimos a deixar a sala de testes e tentaram substituir o sistema operacional oficial da urna (LINUX) e, se tivessem obtido sucesso, tal procedimento poderia resultar no domínio de todos os programas da urna. Os quatro investigadores que representaram a procuradoria utilizaram várias estratégias e ataques, mas não conseguiram fazer a substituição do sistema operacional.

    Resultados

    Giuseppe Janino disse estar muito satisfeito com os resultados e, principalmente, pela realização desse procedimento histórico para o processo eleitoral brasileiro e inédito no mundo.“Não há registro de que nenhuma instituição eleitoral tenha aberto os seus processos, sejam eles automatizados ou não, para uma investigação de testes públicos”, disse. Para ele, o último dia de testes sem nenhuma violação da urna contribui para consolidar o que já imaginava que é a comprovação da robustez, da segurança e da maturidade do processo que hoje está instalado, principalmente com relação aos seus dispositivos de segurança.Os investigadores que participaram do processo, em sua opinião, são do mais alto nível de qualidade e investigaram vários aspectos desde procedimentos simples até o nível de criptografia e chaves digitais.“Os testes tiveram o objetivo de quebrar o sigilo do voto, alterar os resultados ou simplesmente desestabilizar o sistema. Todos eles encontraram extrema resistência nas barreiras implementadas. Tanto é que nenhuma das barreiras, hoje estabelecidas dentro do sistema, foi efetivamente vencida", disse Giuseppe.Giuseppe afirmou que o relatório geral será consolidado pela Comissão Avaliadora e as sugestões neles apontadas serão estudadas por seus técnicos. “Estamos totalmente abertos e vamos estudar com muito cuidado, muito critério essas sugestões com o objetivo de complementar e prosseguir o nosso objetivo de melhoria contínua do processo eleitoral brasileiro”, garantiu.

    Premiação

    Na próxima sexta-feira (20), o ministro Ricardo Lewandowski, que coordenou a preparação e a realização dos testes de segurança, fará a entrega dos prêmios aos participantes que tiverem oferecido as melhores contribuições para o aperfeiçoamento do sistema, conforme análise a ser feita pela Comissão Avaliadora. Os prêmios são nos valores de R$ 5.000, R$ 3.000 e R$ 2.000.CM/EM/BA

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    Testes de segurança das urnas eletrônicas.

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