sexta-feira, 17 de maio de 2013

ANP: diretora-geral diz que Agência Nacional de Petróleo precisa se tornar mais conhecida da sociedade


Por Marcelo Roza / Jornal do Dia

Magda Maria de Regina Chambriard, diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), quer promover a aproximação entre a Agência e seus públicos de interesse, como agentes políticos e imprensa. Para ela, isso é fundamental a fim de que a sociedade conheça melhor o papel da ANP e a importância das atividades petrolíferas para o desenvolvimento brasileiro. “Quem nos conhece, gosta de nós. Quem não nos conhece, eventualmente não gosta. Por isso, precisamos nos tornar mais conhecidos”, resume ela. Neste sentido, Magda diz que visitou seis estados da região Nordeste antes da 11ª rodada, onde conversou com governadores e deu esclarecimentos sobre as licitações e as atividades da ANP e do setor petrolífero de modo geral. Ela achou os resultados desses encontros excelentes e por isso pretende dar continuidade a essas visitas, incluindo os estados da região Norte, entre eles o Amapá, considerado uma nova área de exploração de petróleo. Contudo, ainda não há uma agenda oficializada neste sentido. Florival Rodrigues de Queiroz, outro dirigente da ANP, também pretende fazer visitas aos estados onde existem blocos que foram ofertados e arrematados na 11ª rodada. Seu objetivo é conversar com reitores de universidades da região, para discutir como estas instituições podem contribuir para a formação de mão de obra destinada às demandas que surgem a partir das atividades do setor de petróleo e gás. Depois de concluída a rodada de licitações, a ANP estabelece um prazo de três meses para assinatura dos contratos de concessão com as empresas e consórcios vencedores dos blocos leiloados. A expectativa, portanto, é que os contratos relativos aos 14 blocos amapaenses, arrematados na última rodada, sejam assinados até o dia 13 de agosto. Os trabalhos de exploração começam imediatamente após a assinatura dos contratos, dando início aos investimentos estimados pelas empresas. No caso dos blocos na Foz do Amazonas, estes investimentos somam cerca de R$ 1,6 bilhão. A partir do início da fase de exploração, que pode transcorrer por um período de 5 a 8 anos, já são esperados os primeiros impactos econômicos nas regiões de exploração.No Amapá, não há expectativa de absorção de mão de obra local nas atividades de exploração, que ocorrem em áreas marítimas. Em geral, as empresas utilizam trabalhadores com qualificação específica para as atividades exploratórias, oriundos de regiões onde existe formação de mão de obra com esse perfil.
O que deve ocorrer no Amapá é a geração de empregos e desenvolvimento de negócios relacionados a atividades de suporte à exploração petrolífera, em especial no setor de serviços, como alimentação e hospedagem, entre outros.

Promotor

Acompanhando a 11ª rodada da ANP, no Rio de Janeiro, Moisés Rivaldo, promotor do Ministério Público do Estado do Amapá, estranhou a ausência de outras autoridades amapaenses no evento. Por iniciativa própria, ele organizou quatro audiências públicas no Amapá, para debater o assunto com a sociedade, uma delas em Macapá, no final de abril, e as outras três nos municípios de Amapá, Calçoene e Oiapoque, na semana que antecedeu o leilão. Moisés considera ter havido pouco debate sobre o tema no Amapá. Para ele, a classe política do Estado cochilou, pois deveria ter provocado a direção da ANP para o diálogo com os amapaenses.  Ele não se considera um crítico da presença das empresas petrolíferas no Amapá. Ao contrário, entende que a atividade pode trazer importante contribuição para o desenvolvimento estadual. Após o fim da 11ª rodada, Moisés permaneceu no Rio de Janeiro, onde espera reunir-se com o procurador geral da ANP, para sugerir a realização de novas audiências públicas, dessa vez contando com a participação de representantes da Agência. Pode ser uma boa oportunidade para a ANP se tornar mais conhecida, como quer sua diretora-geral. 

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