A Companhia de Eletricidade do Amapá dará início na
próxima semana ao processo de quitação dos débitos que a empresa adquiriu com a
União e com os fornecedores de energia. Dos R$ 2,8 bilhões concedidos ao
Estado, através de empréstimo da BNDES, R$ 1,4 bilhões foi destinado a
Companhia para fase de adimplência com os credores. Este será o primeiro passo
para a federalização do órgão. O anúncio da quitação se deu na sexta-feira (24)
pelo presidente José Ramalho. Segundo ele, estão liberados R$ 417 milhões para
saldar parte dos débitos, que passam de um bilhão de reais. Desta primeira
quantia disponível, 319 milhões serão pagos à Eletronorte e outros 80 milhões
para a Eletrobrás e o restante serão pagos aos fornecedores privados. Em junho,
outros 250 milhões estarão liberados para continuar o processo de
regularização. A promessa da presidência é que até 2015, os débitos da
Companhia estejam liquidados.
Dívida com a Eletronorte
Dívida com a Eletronorte
A Companhia deve atualmente à Eletronorte, cerca de
R$ 1,5 bilhão. De acordo com o presidente, o débito chegou a esse nível devido
a má gestão da empresa nos governos anteriores e as restrições que a empresa
sofreu pelas leis do setor. “A dívida da CEA com a Eletronorte em 2006, era em
torno de 386 milhões, incluindo juros, multas e demais encargos. Passados
quatro anos e meio essa dívida saltou para 1,4 bilhões. Isso foi se tornando
absurdo. A CEA não pagava a Eletronorte, não pagava as taxas intra-setoriais e
isso fazia com que ela fosse penalizada pelas leis do Setor Elétrico que a
impediam a empresa de aplicar os reajustes que eram homologados pela ANEEL. Foi
um mix de má gestão e imposições legais que levaram a situação atual da
empresa”, explicou o Presidente. José Ramalho destacou a importância da
regularização e negociação da dívida da Companhia com o órgão. “É importante
que a CEA adquira sua condição de adimplência, já que a empresa não fica
adimplente com a Eletronorte há doze anos. Conseguimos reduzir o valor dessa
dívida em 50%, equacionando-a. Se não fizéssemos isso, estaríamos condenando o
Amapá definitivamente ao atraso econômico, já que um dos pilares principais
para o crescimento da economia é a oferta de energia”, explicou.
Sistema integrado
O Amapá conseguiu licenciar obras para interligar o
seu sistema de energia ao sistema nacional (linhão). De acordo com a
presidência, a previsão da interligação é para novembro. Por ora, são
realizados investimentos, obras de reparo para que a Companhia tenha condições
físicas para o processo de ligação ao sistema. “Quando você interliga um
sistema, há uma série de exigências que a legislação impõe. Com a estrutura que
nós tínhamos, não tínhamos as mínimas condições para atender a essas
exigências. Tivemos que realizar cortes, extinguir cargos para chegarmos a um
equilíbrio financeiro, adequar a empresa, sem que possa comprometer a prestação
de serviços”, disse o Presidente.
Cassio
Albuquerque/ Jornal do Dia
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