Da Redação
Em pronunciamento no Plenário, nesta quarta-feira (22), o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) defendeu o amplo debate sobre a provável exploração de petróleo na costa do Amapá. O parlamentar anunciou proposta da bancada federal do estado de realização de um seminário sobre o assunto nos dias 21 e 22 de junho, em Macapá.
- Essa é uma oportunidade para o Amapá, mas para ser aproveitada é fundamental o esclarecimento e a preparação da sociedade amapaense para os investimentos futuros e para essa provável nova realidade - afirmou.
Nesse sentido, o senador informou que já vem realizando encontros com representantes da Agência Nacional de Petróleo (ANP), do Instituto Brasileiro do Petróleo, que reúne as empresas que atuam na exploração petrolífera, da Organização Nacional da Indústria do Petróleo, e com o executivo da maior acionista vencedora do leilão, que é da França.
A Bacia da Foz do Rio Amazonas será explorada por um conjunto de empresas nacionais e estrangeiras, entre elas a Petrobras, a OGX e a British Petroleum. Os vencedores do leilão terão 35 anos de concessão desde a pesquisa e exploração, desenvolvimento e produção do petróleo.
Randolfe diz que as audiências e o seminário servem para esclarecer a população do estado sobre as possíveis consequências da atividade que cria expectativa na sociedade. Entre as principais questões levantadas por ele estão o impacto ambiental, especialmente sobre a economia da pesca; a cadeia produtiva e demandas que o estado e os municípios terão que cumprir para efetivar a produção; e qual o perfil da mão de obra que pode ser recrutada na região nas diferentes fases de exploração.
O senador lembrou de duas experiências ruins com grandes projetos de enclave com prejuízos para a população. O primeiro, nos anos 40, com a exploração das minas de manganês. Décadas depois veio a exploração e implantação das usinas de beneficiamento do caulim.
- Projetos que só deixaram como legado destruição ambiental e problemas sociais. Só agregaram miséria - lamentou.
Randolfe disse que não quer repetir essas experiências, por isso ressaltou a importância do diálogo com as instituições, as empresas e a população. O senador ainda lembrou que a exploração de petróleo só interessa se mobilizar a economia local com garantia de investimentos na região, como a construção de uma universidade federal e escolas técnicas e cursos voltados para essa atividade
- O que nós queremos dizer claramente é que não nos satisfaz o mero debate de eventuais futuros royalties, é necessário que esse investimento seja em conteúdo local, no Amapá, na sociedade amapaense e na sociedade futura do Amapá - reiterou.
Agência Senado
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